Paes recebe gringos no Rio e avisa: 'Se pensar em Londres, vai se frustrar'
Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
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Tomaz Silva/Agência Brasil
Paes visita IBC da Copa do Mundo acompanhado do governador Pezão
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, assumiu nesta segunda-feira o papel de anfitrião de jornalistas estrangeiros que já chegaram ao Brasil para trabalhar na Copa do Mundo de 2014. Paes abriu no final desta manhã o IBC (Centro Internacional de Transmissão, na sigla em inglês) do Mundial e ainda fez um aviso aos membros da imprensa: "Todos aqueles que chegarem ao Brasil pensando que estão na Inglaterra ou Alemanha, vão se frustrar."
Segundo Paes, o Brasil e o Rio de Janeiro são lugares que ainda não atingiram o nível de desenvolvimento de outros "países de primeiro mundo". Por isso, os estrangeiros que estão aqui não devem comparar a capital fluminense com Londres, por exemplo. Devem, sim, observar todos os avanços alcançados aqui nos últimos anos.
"Eu, como carioca, tenho certeza que o Brasil é melhor que a Inglaterra e que o Rio é mais bonito que Londres. Mas não devemos comparar.", complementou Paes. "O que nós chamamos a atenção é para que observem as transformações pelas quais passam o Brasil."
Segundo o prefeito, o Rio tem muitos problemas, mas está se renovando. Já o Brasil é um país com uma democracia forte, com instituições que funcionam e que, nos últimos anos, tirou cerca de 30 milhões pessoas da miséria.
Centro de transmissão
O IBC é de onde emissoras de televisão credenciadas pela Fifa para cobrir a Copa do Mundo de 2014 têm seus estúdios e redações temporárias. Neste Mundial, a estrutura fica no Riocentro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Na inauguração do espaço, também estiveram presentes o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, o secretário executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, o secretário executivo do Ministério das Comunicações, Genildo Lins, e do diretor geral do COL (Comitê Organizador Local), Ricardo Trade.
Ao todo, 86 empresas têm espaços reservados no IBC. Cerca de 15 mil profissionais vão trabalhar no centro, que funcionará 24 horas por dia durante a Copa.
Dessas 86 empresas, 17 têm estúdios próprios montados no IBC. A Al Jazeera, emissora do Qatar, têm o maior espaço para gravação de programas: 400 metros quadrados, segundo a Fifa.
A entidade, aliás, também ocupa grande parte do IBC. Ela montou no centro uma estrutura para monitorar e distribuir para todo o mundo as imagens dos 64 jogos da Copa do Mundo. É a HBS, empresa parceira da Fifa, quem grava as partidas do Mundial e cede as imagens às emissoras detentoras dos direitos de transmissão.
Do IBC, a Fifa acompanha o que está sendo capturado pelas 34 câmeras da HBS instaladas em cada um dos 12 estádios da Copa. Nesta edição do Mundial, haverá imagens feitas de helicópteros em todas as partidas.
Segundo os coordenadores do IBC, cerca de 5.000 horas de programação serão geradas pela Fifa durante a Copa. Estima-se que isso seja assistido por mais de 3,2 bilhões de pessoas –esse foi o número de espectadores da Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul.
O IBC da Copa do Mundo tem 55 mil metros quadrados de área. Mais de 112 quilômetros de cabos elétricos e 50 antenas de transmissão foram instalados no local. O centro está funcionando desde 12 de maio. Só estará operando em sua capacidade máxima, porém, a partir desta terça-feira.
Rede de transmissão nacional
Lins, do Ministério das Comunicações, destacou que as redes de fibra ótica que transmitem as imagens captadas nos estádios para o IBC são nacionais. Segundo ele, a Telebras foi quem providenciou a estrutura necessária para a transmissão.
Fernandes, do Ministério do Esporte, afirmou que a rede montada pela Telebras será um dos principais legados da Copa. Com ela, pela primeira vez, a região da Amazônia estará interliga ao sistema de banda larga nacional.