Na Argentina, jogadores pequenos e bocudos azaram o Brasil desde cedo

Carolina Juliano

Do UOL, em Buenos Aires

Quem vai vencer a Copa do Mundo no Brasil? Para o pequeno argentino Valentín Galuche, Espanha ou Brasil. E por que não a Argentina? "Porque nossa seleção não tem boa defesa, não acredito que leve a taça", explica ele do alto de seus 10 anos de experiência. "O Brasil é a pior equipe, nem se compara à nossa Argentina, sem chances para nada", contesta o colega Batista.

Os dois meninos são parte dos 200 alunos, de 4 a 17 anos, que treinam futebol na escolinha do Clube Independiente de Escobar, na província de Buenos Aires. São todos entendidos, falam como adultos, analisam jogadores e seleções e são bocudos como qualquer argentino. Quase todos sonham com a Argentina campeã e a simpatia pelo Brasil já passa longe por ali.

Quando perguntamos a eles em que jogador se espelham para jogar, é quase unânime a resposta "Messi". Mas de repente um deles arrisca meio despropositado: "Eu queria ser Neymar". "Sério? Neymar? Mas para você o Neymar é, então, melhor que Messi?", pergunto. "Claro que não, nem se compara. Messi é Messi. É o melhor do mundo, não há o que comparar, mas até que gosto do Neymar."

"Eles sabem tudo, argumentam como gente grande e chegam aqui cheios de sonhos de ser um jogador de sucesso", diz o treinador Diego Bianchini. "Os pequenos chegam com vontade de ser como Messi, mas depois eles esquecem isso e querem apenas ser bons jogadores."

Segundo o treinador, muitos chegam à escolinha porque são motivados pelos pais, argentinos apaixonados e que não escondem o fanatismo pelo futebol. Que o diga Diego Martín Román. "Sim, me chamo assim. Diego, por Maradona; Martín, por Palermo (ex-Boca Juniors); e Román por Riquelme (também jogador do Boca Juniors)." 

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos