Manifestantes invadem visita da taça da Copa em Belém e cancelam evento

Adriano Wilkson e Vagner Magalhães

Do UOL, em São Paulo

Um grupo de manifestantes de Belém se reuniu com faixas, bandeiras e gritos de guerra na frente do antigo presídio São José Liberto, onde estava sendo exibida ao público, na terça-feira, a taça que será entregue ao campeão mundial de futebol em julho.

Eram cerca de mil manifestantes, dizem os próprios (300 de acordo com a polícia e os meios de comunicação locais). Eles protestavam contra o aumento de vinte centavos na passagem de ônibus da cidade, oficializado pelo prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB) um dia antes. O bilhete agora custa R$ 2,40.

"Hei, Fifa, paga a minha tarifa", cantavam os estudantes.

Eles haviam se reunido na frente da sede da prefeitura, mas ao perceberem que a imprensa e as autoridades locais estariam no evento da taça, marcharam até lá e foram recebidos pela cavalaria da Polícia Militar.

Temendo um confronto, a organização do evento pediu para que fossem embora os visitantes que esperavam em fila para uma foto com a taça. Ainda faltavam duas horas para a visita terminar.

"Foi aí que a tensão começou", relata Andréa Neves, militante do movimento estudantil presente no ato. A polícia lançou bombas de efeito moral e spray de pimenta sobre os manifestantes. Pedras e paus foram lançados no prédio.

Alguns manifestantes conseguiram entrar no prédio e se aproximaram da taça. Quatro pessoas, incluindo um menor de idade, foram detidos após o tumulto.

No evento em Belém, o ex-jogador Rivellino foi o escolhido para apresentar o objeto de cobiça das 32 seleções que disputarão o torneio a partir do mês que vem. Ele não estava mais no prédio na hora da manifestação.

"Estou muito feliz de voltar à Belém. Mas eu fico triste em não ver Remo e Paysandu na elite do futebol brasileiro. A gente sabe do carinho, prazer e da energia que o povo daqui tem com o futebol, mas faz parte", afirmou o ex-atleta.

Procurada, a assessoria de imprensa da Coca-cola afirmou que a taça não correu nenhum risco e que não mudará seu esquema de segurança para os próximos eventos. A empresa tratou o ato como um "incidente".

A taça agora irá para Teresina, no Piauí, e terminará sua trajetória em São Paulo, palco da abertura do Mundial, no dia 12 de junho.

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