Após polêmica com outdoor, boate escolhe joaninhas como símbolo da Copa

Vagner Magalhães

Do UOL, em São Paulo

O empresário Oscar Maroni, dono da boate Bahamas, decidiu retirar de cena os outdoors que havia espalhado em cinco rodovias que dão acesso à cidade de São Paulo no início da semana. Neles, havia a insinuação de sexo oral entre uma mulher e um atleta de futebol. Com a repercussão negativa – a peça foi considerada um incentivo ao turismo sexual -, Maroni afirmou que a partir do início da próxima semana, as imagens serão menos chocantes. "Escolhi duas joaninhas para ilustrar a campanha", diz.

As duas joaninhas em posição de cópula são, na visão do empresário, uma resposta ao falso moralismo que existe no Brasil. "Mandei arrancar todos aqueles anúncios. Aquela bunda que aparecia no anúncio é da minha própria mulher. A modelo atrasou e ela mesmo fez o ensaio. Eu exerço uma atividade lícita. A minha casa é um hotel, um balneário. Sou um psicólogo e a minha tese é a de que o sexo é bom e saudável", afirma.

Segundo ele, o que é preciso é combater a exploração sexual infantil. "Sexo existe no mundo todo. Quem fala que exploro o turismo sexual não conhece o mundo", diz ele. Nesta semana, o Ministério do Turismo, por meio de nota, considerou a campanha do Bahamas "em sentido oposto ao da política de promoção nacional do País realizada pelo governo".

O Bahamas foi interditado pela Prefeitura de São Paulo no segundo semestre de 2007, assim como o vizinho Oscar's Hotel, que estava em fase final de construção, ambos de propriedade de Maroni. A boate ficou fechada por cerca de seis anos, por falta de alvará de funcionamento, e o hotel aguarda anistia, por ter área construída maior do que a prevista no projeto original. Segundo cálculos do empresário, foram investidos no hotel cerca de R$ 121 milhões, em obra de 19 mil metros quadrados construídos.

A decisão de interditar o o Oscar's aconteceu no auge da crise da aviação, após o acidente com o Airbus A-320 da TAM, em São Paulo, em que morreram 199 pessoas. Pilotos afirmaram à época que o prédio reduziu o espaço útil para o pouso das aeronaves. O edifício está localizado junto à avenida dos Bandeirantes, na cabeceira da pista de Congonhas.

Na ocasião, Maroni teve uma discussão pública com o então prefeito Gilberto Kassab (PSD) e acredita que por isso tenha sido punido. "Não havia motivos para que a minha casa ficasse fechada por tanto tempo. A impressão que eu tenho é que dificultam as coisas para vender posteriormente facilidades", diz ele, que estuda ser candidato a deputado estadual nas eleições de outubro.

Maroni, que disse ter acompanhado as últimas oito Copas do Mundo, disse que haverá uma programação especial em sua boate durante o torneio, que desta vez acontece no Brasil. "Já temos a nossa musa e eventos especiais estão sendo preparados. Quero que na minha pátria as pessoas sejam bem recebidas. Tenho 25 anos de noite e muito orgulho do meu trabalho".

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