Ministro admite falta de diálogo sobre a Copa: "Demoramos a conversar"

Do UOL, em São Paulo*

  • Movimento Não Vai Ter Copa

    Manifestantes erguem faixa durante discurso do ministro Gilberto Carvalho em São Paulo

    Manifestantes erguem faixa durante discurso do ministro Gilberto Carvalho em São Paulo

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, admitiu que o governo demorou a estabelecer diálogo com a população sobre a Copa do Mundo. Para ele, este seria o motivo que teria levado as pessoas a protestarem em todo o país.

"Nós demoramos a conversar. Deixamos de oferecer a informação e a possibilidade de debate em torno da Copa do Mundo, mas antes tarde do que nunca", disse o ministro.

Ele falou na tarde desta quinta-feira, na Casa de Portugal, em São Paulo, com representantes de movimentos sociais, para debater os benefícios da Copa. Enquanto falava, manifestantes estenderam uma faixa vermelha, atrás do ministro, onde estava escrito: Não vai ter Copa.

Uma parte dos manifestantes tentou apoiar o ministro, gritando que vai ter Copa, mas Gilberto Carvalho pediu para que parassem de gritar, e insistiu na necessidade de diálogo. "Não viemos aqui para inibir os protestos. Este é um país democrático no qual as manifestações são essenciais para a democracia. Os turistas, que vierem para cá e presenciarem manifestações, é importante que saibam que o país é assim", disse.

De acordo com Carvalho, "nossa preocupação não é com as manifestações, mas que sejam feitas a partir de informações corretas". Ele disse que nenhuma lei será criada para inibir ou proibir os protestos, um compromisso, de acordo com ele, assumido pela presidente Dilma Rousseff.


Presidente também enfrenta protesto

Em visita à Arena Pantanal, nesta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff também enfrentou protestos. Na capital mato-grossense, em sua chegada aos portões do estádio, Dilma foi recebida por um grupo de policiais federais que carregavam faixas de protesto e vestiam camisetas com a mensagem "SOS Polícia Federal".

Segundo o presidente do Sindicato dos policiais federais de Mato Grosso, Erlon Brandão, Cuiabá viveu nesta quinta um dia de paralisação de "virtualmente todo o efetivo da Polícia Federal". "Queremos mostrar à presidente nossa contrariedade com uma situação que não se resolve, são três anos negociando melhorias que nunca chegam", disse o sindicalista.

Brandão foi à entrada da Arena Pantanal nesta quinta com o intuito de entregar uma carta de reivindicações à presidente, mas Dilma "driblou" os policiais e adentrou à Arena Pantanal sem travar maiores contatos com os manifestantes. Os agentes federais de Mato Grosso protestam nesta quinta um dia após uma paralisação nacional da PF, ocorrida, ainda que parcialmente, em todo o país na última quarta-feira.   

 

* Com informações da Agência Brasil

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