*Nota atualizada às 15h46

Na manhã desta terça-feira, a superintendência do Ministério do Trabalho constatou que o acidente no Itaquerão que acarretou na morte de um operário no sábado foi causado por um cabo de aço com comprimento insuficiente.

Segundo a análise do órgão, que visitou o local, o operário Fabio Hamilton da Cruz precisou soltar o cabo que o segurava, já que ele não permitia que Cruz alcançasse a parte mais alta da obra. Desprotegido, o trabalhador acabou sofrendo a queda.

A Fast Engenharia e a WDS Construções publicaram uma nota oficial e afirmaram que "todos os itens de segurança utilizados em todas as obras, inclusive na Arena Corinthians, estão de acordo com as normativas vigentes no Brasil", entre outras explicações sobre as condições de trabalho na obra. 

As visitas aconteceram na segunda e nesta terça-feira. Esteve no local o superintendente do Ministério do Trabalho, Luiz Antonio Medeiros, ao lado de representantes da Fast Engenharia, empresa responsável pelas arquibancadas provisórias nas quais o acidente ocorreu.

"Só vamos liberar a obra quando se tiver a garantia de que os operários podem trabalhar em condições de segurança", disse o representando do Ministério do Trabalho de São Paulo, Luiz Antonio Medeiros em entrevista a Globo News. 

Nesta tarde, às 15h, haverá uma reunião na sede do Ministério, entre representantes do órgão, da empresa e da Odebrecht, construtora do estádio. Já o engenheiro chefe da obra irá prestar depoimento à polícia, no 65º Distrito Policial de Artur Alvim.

"Há graves problemas de segurança para o trabalhador. Todos queremos concluir a obra no prazo, mas é muito grave o que aconteceu", completou Medeiros, que afirmou que não basta apenas multar a empresa responsável, mas também 'responsabiliza-la criminalmente pela morte.

O acidente de sábado foi o segundo com morte nas obras do estádio que receberá a abertura da Copa do Mundo. Em novembro, a queda de um guindaste no local acabou tirando a vida de dois operários. 

A arena preocupa a Fifa pela possibilidade de atraso na conclusão das obras. A previsão de inauguração no dia 15 de abril (já havia sido adiada uma vez, em virtude do acidente de novembro) já não será respeitada.

Confira a nota completa da Fast Engenharia e WDS Construções:

"A Fast Engenharia e a WDS Construções vêm a publico esclarecer os seguintes pontos:

1)   A segurança dos funcionários sempre foi a principal preocupação em todos os trabalho que realizamos;

2)   Todos os itens de segurança utilizados em todas as obras, inclusive na Arena Corinthians, estão de acordo com as normativas vigentes no Brasil;

3)   Após a interdição dos setores norte e sul das arquibancadas provisórias da Arena Corinthians, a Fast encaminhará, até o final da tarde de hoje,  todos os documentos solicitados pelo DRT para comprovar a capacitação dos funcionários e a implementação de todos os procedimentos de segurança necessários para a realização da obra;

4) A Fast aguarda, após a análise dos documentos pelo DRT, a liberação imediata do local para que seja possível a entrega da obra no prazo acordado."