Paulinho reclama da reserva no Tottenham: "quero jogar sempre"

Fernando Duarte

Do UOL, em Londres

  • AP Photo/Scott Heppell

    Paulinho em jogo contra o Sunderland, pelo Campeonato Inglês

    Paulinho em jogo contra o Sunderland, pelo Campeonato Inglês

Se a baixa temperatura e o forte jogo físico do Campeonato Inglês não chegaram a ser um problema na adaptação de Paulinho ao futebol inglês, a história é um pouco diferente em relação à evidência despertada por ser a contratação mais cara da história do Tottenham. Depois de ter jogado apenas 53 minutos nas últimas três partidas da equipe no torneio, incluindo a goleada de 4 a 0 sofrida diante do rival londrino Chelsea, o meia foi identificado com um dos alvos da ira do treinador interino Tim Sherwood em seus desabafos contra o desempenho dos jogadores. Mas nesta sexta-feira o ex-corinthiano respondeu, ao dizer que precisa de minutos proporcionais ao que se espera dele.

"Sei que na Europa há essa prática de rodízio no elenco. Faz parte da cultura daqui. Mas eu, sinceramente, não gosto muito. Quero jogar toda semana. Entendo que quem decide é o treinador, mas não me sinto muito confortável. Sei que estou trabalhando forte. Se ele sentiu necessidade de falar abertamente sobre os jogadores, isso é um direito dele, até porque o time levar de 4 a 0 do Chelsea foi mesmo um resultado ruim", afirmou Paulinho, que participou de um evento de um dos patrocinadores da seleção brasileira, a Gatorade, nos arredores de Londres.

Em 31 partidas pela equipe inglesa na atual temporada, Paulinho marcou seis gols e esteve, em média, 76,3 minutos em campo por partida. O Tottenham, no entanto, faz uma campanha irregular, ocupando a sexta colocação, com 56 pontos, fora do G4, que classifica para a Liga dos Campeões. Na Liga Europa, o time foi recentemente eliminado pelo Benfica e Paulinho sequer foi relacionado para o jogo.

Contratado por R$ 64 milhões no meio do ano passado, Paulinho chegou a Londres sob grande expectativa depois dos resultados obtidos no Corinthians e na Seleção Brasileira. Ficou sob mais pressão depois de o Tottenham demitir o português André Villas-Boas, treinador que havia requisitado o brasileiro como reforço. "Estou me sentindo bem adaptado. O momento é complicado para todo mundo no clube porque o Tottenham fez o planejamento de chegar à Liga dos Campeões e, se a gente não se classificar, será algo decepcionante. Por isso mesmo quero jogar sempre", explicou o ex-corintiano.

Paulinho, porém, disse não estar preocupado com os efeitos que mais tempo no banco podem causar para sua titularidade na seleção brasileira. Até porque no evento desta sexta-feira ele levou um afago público do coordenador-técnico da seleção, Carlos Alberto Parreira. Perguntando se incluiria uma conversa com Paulinho na série de encontros que pretende ter com jogadores da seleção durante um giro de duas semanas pela Europa, Parreira disse já ter riscado Paulinho da lista de tarefas. "Chegamos cedo para o evento e já conversamos umas duas horas antes de vocês (a imprensa) aparecerem. O Paulinho tem sido fundamental para a seleção", afirmou.

Nem mesmo a ascensão de Fernandinho, do Manchester City, que agradou muito a Felipão durante a vitória sobre África do Sul, no início do mês, parece preocupar Paulinho. "O Fernandinho está fazendo uma grande temporada, mas a gente atua em posições diferentes. Problema mesmo é para o Felipão, que vai precisar escolher os 23 da Copa. Eu tenho é que fazer o melhor para estar pronto", finalizou o meia do Tottenham.

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