"Não tenho tempo para saber o que a imprensa francesa pensa", diz Rebelo

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

O Brasil tem sido alvo de críticas da imprensa internacional nos últimos tempos, sendo que a mais dura delas foi da revista francesa So Foot. Para Aldo Rebelo, ministro do Esporte, o Brasil está se esforçando para entregar tudo no prazo e as queixas dos jornalistas estrangeiros não importam.

"Nós estamos fazendo nosso trabalho. Os estádios estão sendo construídos, os responsáveis estão fazendo o que podem fazer de melhor, mesmo quando há infortúnios. Não tenho tempo para saber o que a imprensa francesa pensa da própria França ou da Copa. A imprensa é livre, inclusive a nossa, para dizer o que quer. E nós somos livres para concordar ou não", disse Rebelo, que nesta terça visitou o CT do Corinthians, que irá receber o Irã na preparação para a Copa do Mundo.

A matéria da So Foot rodou o mundo no fim de semana passada. Logo no título, a publicação destacou "A Bagunça Brasileira" – a palavra usada originalmente foi bordel, que em francês pode significar um prostíbulo ou simplesmente uma grande bagunça. No texto, a revista discorreu sobre os problemas de diferentes cidades-sede do país, indicando que em algumas é melhor "ver pela televisão".

A preocupação não é só da So Foot. Em entrevista ao britânico The Times, Jeróme Valcke, secretário-geral da Fifa, destacou o atraso na entrega dos equipamentos de mídia, já que a Fifa estaria trabalhando em condições em que o "cimento sequer está seco". Por isso, manifestou a preocupação da impressão que os repórteres estrangeiros terão do evento.

"Sem equipamento para a mídia e sem as telecomunicações nos devidos lugares nos estádios, vocês vão dizer que nós somos os piores organizadores e que este foi o pior evento. Mas, para instalar o equipamento em um estádio, precisa-se de, no mínimo, 90 dias", disse Valcke. Aldo Rebelo evitou qualquer polêmica.

"Eu não vi a declaração do senhor Valcke, pelo menos essa não. Então não posso comentar", disse o ministro, que estava ao lado de Mário Gobbi, presidente do Corinthians; Nádia Campeão (PC do B), vice-prefeita de São Paulo; e Sebastião Almeida (PT), prefeito de Guarulhos. 

Aldo Rebelo está fazendo um tour pelo país, e tem como objetivo visitar todos os centros de treinamento que serão usados por seleções na Copa do Mundo. Nesta terça, mais cedo, ele esteve em Mogi das Cruzes, onde se instalará a Bélgica. Na última segunda, ele esteve em Sorocaba, que será a casa da Argélia.

Se o CT do Corinthians não gera nenhuma crítica, o mesmo não pode se dizer dos demais. Em alguns casos, as más condições estruturais têm despertado alguma dúvida nas seleções estrangeiras, que temem pelo que encontrarão na Copa do Mundo. 

"Alguns não eram CT's já adaptados para a prática do futebol como é esse centro. Eram resorts. Quando foram escolhidos pelas seleções, o foram nessas condições. Elas sabiam que eles precisavam de obras adaptadas para a função. Os proprietários não iriam fazer o investimento sem ter a correspondente seleção inscrita", explicou Aldo. 

Manifestações não preocupam ministro
Um dos temas que assusta os estrangeiros é a possibilidade de que manifestações violentas contra a Copa, como aquelas que foram vistas no último mês e durante a Copa das Confederações, em 2013, se repitam em junho. Aldo Rebelo evita tratar o tema com importância. 

"As manifestações estão resolvidas pela Constituição. As pacíficas são permitidas pela lei, as violentas são coibidas pela lei. Creio que a maior manifestação que vai ocorrer no Brasil será de recepção dos brasileiros", disse o ministro.  

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