O técnico Luiz Felipe Scolari voltou a garantir o goleiro Julio Cesar na Copa do Mundo. Mas o treinador evitou dizer que o atleta do Queens Park Rangers, que está se transferindo para o Toronto FC, será titular no primeiro jogo do Mundial.

"Só Deus. Esse é titular garantido. O resto tem que trabalhar para chegar lá, porque é um longo caminho", falou Felipão durante a coletiva.

"Garanti a ele [vaga na Copa] porque vocês não queriam que ele fosse. Quando vocês não querem, eu quero...vocês devem lembrar que em 1994, caso não estou enganado, o Taffarel saiu do Parma porque estava sem jogar, foi para o Reggina e foi convocado".

Felipão também usou exemplos do passado para dizer que não se preocupa com a possibilidade de Julio Cesar participar do amistoso da seleção brasileira contra a África do Sul sem ter disputado uma partida sequer pelo seu novo time.

"Lembra que nos jogos agora contra Honduras e Chile, o Julio jogou quando não vinha jogando, e na avaliação do Carlão [preparador de goleiros] ele estava muito, mas muito bem. Fisicamente perfeito, com reflexos excelentes. Ele tem essa qualidade. Se ele jogar 10, 12, 14 partidas até o Mundial, ótimo, vai ser melhor para nós. Mas tem qualidade mesmo não jogando".

Parreira defende goleiro
Quem ajudou Felipão a defender a opção pelo goleiro foi o coordenador técnico da seleção, Carlos Alberto Parreira. O treinador campeão do mundo em 1994 valorizou a qualidade da liga americana de futebol e lembrou a necessidade de convocações de jogadores de confiança.

"Vale lembrar que a liga americana é muito boa. Pode não ter a qualidade de outras, mas é muito competitiva. E é disso que o Júlio precisa. Temos certeza que ele vai chegar na Copa jogando um campeonato bom. Além disso, temos que entender essa questão da confiança. Em 1994, por exemplo, convoquei o Branco e teve jornal em São Paulo querendo tirar ele do time. O cara foi decisivo, vocês lembram. Quando um técnico confia no jogador, tem que chamar", disse Parreira.

A comissão técnica anunciou 16 convocados para o amistoso de 5 de março contra a África do Sul, o último teste da seleção brasileira antes da lista final para a Copa do Mundo. A relação, composta apenas por atletas que atuam no exterior, manteve a base da Copa das Confederações. As grandes ausências foram os veteranos Kaká e Robinho, ambos do Milan, além de Lucas, do Paris Saint-Germain. Já as novidades ficaram por conta de Fernandinho, do Manchester City, e Rafinha, do Bayern de Munique.