Com fama de pé-frio, Pelé deixa sorteio, mas ganha protagonismo em festa

Bruno Freitas e José Ricardo Leite

Do UOL, na Costa do Sauípe (BA)

Pelé
Pelé

O maior jogador de futebol da história carrega uma reputação de mau agouro em sorteios de Copa. Mas as 32 seleções classificadas para o Mundial de 2014 passarão ilesas da intervenção do "Rei", que acabou excluído do ato de sorteio na cerimônia na Costa do Sauipe, na sexta-feira. No entanto, a Fifa promete um momento de protagonismo para o tricampeão na festa na Bahia.

Segundo a organização, o ídolo da seleção estará no palco da Costa do Sauipe, mas a tarefa de sortear as chaves da primeira fase estará nas mãos de representantes dos oito países campeões do mundo. Pelo Brasil, o capitão do penta Cafu se encaminhará às bolinhas. Acompanham o ex-meia francês Zidane, o uruguaio Ghiggia, o italiano Cannavaro,o inglês Hurst, o alemão Matthaus e o argentino Kempes. Pela Espanha, Fernando Hierro representará o time de 2010 (todo ainda em atividade).

"Pelé não estará como um assistente, mas ele também não estará no público. Ele estará no palco", afirmou David Ausseil, diretor de filmes da Fifa.

"O que posso dizer é que o momento que preparamos para o Pelé no sorteio é o que chamamos de momento 'uau'", acrescentou Luiz Gleiser, diretor da Globo, responsável pela concepção artística do sorteio da sexta-feira.

A reportagem do UOL Esporte apurou que o estafe de Pelé ainda não tem detalhes do que o ídolo da seleção fará na festa na Costa do Sauipe.

No sorteio para a Copa de 2002, por exemplo, as mãos de Pelé deixaram a Argentina em maus lençóis. O "Rei" mandou os rivais do continente para um grupo com Inglaterra, Suécia e Nigéria. Mesmo favorita, a seleção dirigida por Marcelo Bielsa acabou então eliminada na primeira fase. 

No Mundial de 2006, Pelé foi "decisivo" para jogar a Argentina no naquele que foi o grupo da morte do torneio realizado na Alemanha ao pegar a bola que jogou a Holanda na chave dos "hermanos".

Além dos dois países, aquele grupo ainda teria a Sérvia e Costa do Marfim, times tidos como perigosos naquele momento do futebol Mundial. Os jornais argentinos  conhecidos pelo tom despojado em suas matérias, até ironizaram a participação do rei para definir o futuro argentino.

"O Rei (Pelé) tirou a bola que colocava a Holanda, adversária mais indesejada para a maioria, para enfrentar a equipe de José Pekerman", disse La Nación. "Pelé tirou a pior bola para nós, colocando a Holanda em nosso grupo", afirmou o jornal esportivo Olé.

Ausência na Copa das Confederações

Pelé não esteve presente no sorteio da Copa das Confederações, no fim de 2011, por ser embaixador do Mundial pelo Governo Federal. Depois chegou a confirmar presença na final entre Brasil e Espanha, mas acabou novamente não comparecendo.

Ele foi escolhido para representar o Governo Federal no Mundial no auge da queda de braço com a Fifa e o COL, então dirigido por Ricardo Teixeira. A ideia é usar a imagem do "Atleta do Século" para lembrar o brasileiro de que a Copa é também é um evento do País, não só da Fifa. Como embaixador, Pelé estrelou propagandas de TV para o governo.

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