Após 17 meses "preso", jogador francês é liberado para deixar o Qatar

Do UOL, em São Paulo

  • Reprodução/Der Spiegel

    Zahir Belounis, jogador francês que foi liberado para deixar o Qatar após 17 meses

    Zahir Belounis, jogador francês que foi liberado para deixar o Qatar após 17 meses

O jogador francês de origem argelina Zahir Belounis foi liberado pelas autoridades do Qatar a deixar o país, depois de 17 meses de espera. A informação foi divulgada no Twitter pelo irmão do atleta, Mahdi Belounis.

"Zahir recebeu seu visto de saída. Ele chegará a Paris na sexta-feira de manhã", contou. "Obrigado às autoridades do Qatar e à embaixada francesa por trabalharem duro para tirar Zahir dessa situação."

O irmão também replicou uma mensagem de Belounis. "Obrigado por tudo, pessoal. Se estou fora, é porque vocês tiveram um comprometimento fantástico e apoiaram os direitos humanos."

No último dia 14, Belounis fez um apelo a Zidane e Guardiola, embaixadores da vitoriosa candidatura do Qatar à sede da Copa de 2022, para que eles o ajudassem a deixar o país. O jogador estava impedido de voltar à França desde junho de 2012 por causa de um imbróglio jurídico com seu clube, o Al-Jaish.

Belounis, de 33 anos, contestava o Al-Jaish na Justiça desde fevereiro do ano passado, alegando que não recebe pagamentos desde 2011. Como a lei do Qatar impede que trabalhadores estrangeiros deixem o país sem autorização de seus empregadores – um sistema conhecido como "kafala" –, o Al-Jaish havia vetado a saída do atleta para retornar à França.

Além de chamar a atenção para a própria situação, Belounis também alertou, na ocasião, sobre casos semelhantes que poderiam ocorrer durante a Copa de 2022. "A verdade é que se o Qatar não mudar seu sistema de emissão de vistos de saída, serão centenas de pessoas, talvez milhares, presas aqui."

O atleta afirmou que havia vendido todos seus móveis para sustentar sua família no país, pois não recebia pagamento. Apesar dos problemas, Belounis demonstrou apoio à Copa do Mundo no Qatar, dizendo que o Oriente Médio merece sediar a competição.

A situação do jogador e de trabalhadores imigrantes no Qatar gerou reação do sindicato internacional dos jogadores (FIFPro) e do Parlamento Europeu – esse último classificou o kafala como "nova forma de escravidão".

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