Após Copa das Confederações, Mané Garrincha perde 'padrão Fifa' e tem muito improviso

Aiuri Rebello

Do UOL, em Brasília

  • Aiuri Rebello

    Locutores narram o jogo entre Flamengo e Coritiba, no Mané Garrincha em Brasília, da arquibancada

    Locutores narram o jogo entre Flamengo e Coritiba, no Mané Garrincha em Brasília, da arquibancada

O estádio Mané Garrincha, em Brasília, recebeu neste sábado (6) sua primeira partida desde a abertura da Copa das Confederações em meio a muito improviso e problemas de infaestrutura. O empate do Flamengo com o Coritiba em dois a dois, válido pela sexta rodada do Brasileirão, não contou o "padrão Fifa" de organização visto na vitória do Brasil sobre o Japão, em 15 de junho.

As vias que durante a Copa das Confederações estavam com trânsito fechado para veículos neste sábado estavam liberadas, trazendo dificuldades e risco aos torcedores que resolveram ir à arena a pé, conforme recomendou o governo do Distrito Federal durante a semana. O local onde fica o estádio é cercado por grandes avenidas, e não há pontos de travessia de pedestre definidos para chegar lá.

O jeito para o pedestre era se arriscar e driblar os carros para chegar ao estádio. "Acho um absurdo não ter uma coisa tão fundamental quanto faixas de pedestre neste lugar", reclamava o empresário Gilson Albuquerque, 48 anos, que viajou de Goiânia com dois filhos, um de 12 e outro de 9 anos de idade, para assistir à partida. "Estamos hospedados no Setor Hoteleiro Norte, e resolvemos vir andando já que era perto, mas me arrependi. Além de não ter onde atravessar as ruas pelo caminho, tem trechos que não há calçada e o jeito é seguir pelos gramados", afirma Albuquerque. Na saída, já escuro, a situação se repetiu, com o agravante de que todos os torcedores iam embora ao mesmo, ao contrário da chegada.

Os lugares nas arquibancadas não eram marcados, e foram vendidos separados apenas por setor. "A gente não tinha reparado nisso e se deu mal, sobrou essa quina atrás do gol para a gente", recamava o funcionário público Marcelo Barros, de 28 anos, que foi ao jogo com a namorada.

Gramado arrasado

O gramado, em péssimas condições devido a um show de música que o Mané Garrincha recebeu no final de semana anterior, trouxe dificuldade evidente para os jogadores. Em alguns trechos, como em umas das pequenas áreas, estava praticamente na terra de tão seca.

Placas soltavam em divididas e travadas mais duras e mais de um lance foi perdido, dos dois lados, por causa do gramado ruim. Existe a possibilidade do gramado ter de ser trocado para a Copa de 2014. Poucos minutos antes do jogo, a grama era regada para amenizar a situação.

Os locutores de rádio, ao contrário dos profissionais da TV Globo, foram obrigados a narrar a partida da arquibancada, em meio aos gritos dos torcedores. De acordo com o governo do DF, dono da arena, as cabines de imprensa ainda não estão prontas. A situação já havia acontecido na inauguração do Mané Garrincha em maio, com a final do Campeonato Candango na vitória do Brasiliense sobre o Brasília.

"É difícil né, trabalhar desse jeito. Não dá para entender como deixam este tipo de improviso acontecer", reclamava um locutor da Rádio Redentor. Também não havia wi-fi para os profissionais, e o sinal 3G era praticamente inexistente em toda a arena.

Durante a Copa das Confederações, uma tribuna de imprensa provisória acomodou centenas de jornalistas com toda a infraestrutura necessária, como sinal de internet, mas estas estruturas foram desmontadas e só voltam na Copa de 2014.

Por todo lado, o improviso e problemas de infrestrutura eram evidentes: bilheterias de lanchonete improvisadas com tapumes, bares improvisados com latões e isopor de gelo pelos corredores, banheiros fechados, entulho da construção acumulado em cantos de escadas e máquinas e operários trabalhando no entorno do estádio durante a chegada dos torcedores completavam o cenário.

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