Protesto no Rio perde clima festivo e tem confusão com repórter da Globo

Gustavo Franceschini e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro*

Ao contrário do primeiro ato da manifestação organizada pelo Comitê Popular da Copa, o clima é mais tenso nos momentos que antecedem o início da final da Copa das Confederações. Brasil e Espanha se enfrentam no Maracanã, que recebe intensa proteção da Polícia Militar. Cerca de sete mil pessoas - as autoridades não se pronunciam a respeito - saíram da Praça Saens Peña, no bairro da Tijuca, e iniciaram nova passeata rumo ao Maracanã. 

Manifestantes com bandeiras de movimentos sociais e de partidos políticos dão o tom deste segundo ato. Um repórter da TV Globo foi hostilizado e contou com ajuda da PM para escapar da confusão.

O perímetro Fifa, que veta o acesso das ruas de acesso ao Maracanã para pessoas sem ingresso e não credenciadas, é colocado em prática desde o início da tarde. A PM reforça o cerco ao estádio e acompanha o rumo da caminhada, também através de quatro helicópteros. O entorno está totalmente vetado aos manifestantes, que prometem ir até o estádio.

O trajeto será até a Avenida Maracanã, onde os manifestantes encontrarão o bloqueio das autoridades. O protesto se dividiu, com pessoas caminhando por ruas que não estão dentro do planejamento inicial combinado com a polícia. Um grupo de 20 encapuzados, que se diz de um grupo anarquista chamado Black Bloc e tem como objetivo proteger os manifestantes da ação das autoridades, está na linha de frente de uma das passeatas.

Na rua Conde de Bonfim, na Tijuca, moradores apoiaram a passeata. Lençóis brancos foram colocados na janela dos apartamentos, que tinham pisca-pisca de luzes. Uma chuva de papel picado também era jogada pelas pessoas que preferiram ficar em suas casas durante a passagem na manifestação na rua.

Enquanto os ativistas levantavam bandeiras de partidos e até da Palestina, o repórter Vandrey Pereira fazia gravação e foi hostilizado. O jornalista da TV Globo foi identificado por causa de seu microfone e teve que contar com a ajuda da PM para deixar a confusão. Profissionais das TV's Record e do SBT se assustaram e se afastaram do local.

Representante da FNT (Frente Nacional dos Torcedores), que critica a presença de José Maria Marin no comando da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), João Herminio Marques destaca que o plano dos ativistas é chegar ao estádio. "Não pode ter barreira. Eu, como cidadão, tenho direito de ir ao Maracanã. Se encontrarmos barreiras, vamos ver o que fazer", completou.

Marques aproveita para fazer coro contra o presidente da CBF. "Estamos aqui contra a permanência de José 'Medalha' Marin na CBF. Ele não tem aptidão moral para comandar o futebol brasileiro. É um filhote da ditadura", atacou o manifestante.

Três estações do metrô carioca estão fechadas por causa das manifestações: Presidente Vargas, Praça 11 e Cidade Nova. Por enquanto, os torcedores chegam ao Maracanã para assistir à final da Copa das Confederações sem dificuldade.

A OAB acompanha o ato, para prestar atendimento jurídico a quem precisar de auxílio ou for preso. "Tem excesso dos dois lados, tanto da PM com algumas prisões ilegais, quanto dos manifestantes. Há uma minoria agressiva", disse o advogado da OAB Antonio Carlos Marques, que presta o auxílio com a OAB pelo telefone 21-7825-2185.

Brasil e Espanha decidem o título da Copa das Confederações no estádio do Macaranã, neste domingo, a partir das 19h. Acompanhe todos os lances no Placar UOL.

* Atualizada às 17h42

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