Espanha tem mais posse de bola que Brasil, mas vê média cair
Paulo Passos*
Do UOL, no Rio de Janeiro
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Julio César Guimarães/UOL
Vicente del Bosque conversa com seus jogadores no jogo contra a Itália
O grande trunfo da seleção espanhola - ter a bola nos pés e tocá-la com tranquilidade durante - foi repetido pelo time na Copa das Confederações. Nos quatro jogos que disputou, o rival do Brasil na final do torneio, neste domingo, no Maracanã, teve mais posse de bola que os adversários. O Brasil também, mas a média espanhola é melhor que a do time de Luiz Felipe Scolari.
Os atuais campeões do mundo chegaram a ter 72% de posse de bola contra o Uruguai, na estreia da Copa das Confederações, mas a média nas quatro partidas foi de 61%. O Brasil também ficou mais com a bola nos pés que os rivais e teve média de 57%.
"Essa é a nossa filosofia, manter a bola, ser protagonista no jogo. Queremos repetir isso na final", afirmou Xavi, um das peças-chave desse estilo de jogo do time de Vicente Del Bosque. É dos pés do meia do Barcelona que a bola mais passa durante as partidas da Espanha.
Apesar média positiva dos espanhóis, o time viu o domínio no jogo cair durante a Copa das Confederações. Após ter a bola nos pés por quase três quartos do jogo na estreia contra os uruguaios, o estilo "fominha" da Espanha virou piada para o técnico do Taiti, segundo adversário no torneio.
"No último jogo da Espanha, o Uruguai teve 28% de posse bola. Não sei o que pode acontecer contra a gente. Talvez eles tenham até 98%. Queremos conseguir jogar", brincou Etaeta, antes da goleada de 10 a 0.
Os espanhóis, porém, viram a posse de bola cair para 62% contra o Taiti, 58% na vitória sobre a Nigéria. No jogo mais duro até agora, único em que foi ameaçada de perder e que só conseguiu vencer nos pênaltis, a Espanha teve 53% de posse de bola, um percentual bem baixo em se tratando de Espanha.
"Itália tirou a nossa bola, fez uma defesa com cinco. Isso nos dificultou muito. Vamos tentar voltar a ter mais a bola. Queremos ter a Espanha protagonista contra o Brasil", afirmou Xavi.
Em entrevistas, os jogadores da seleção brasileira foram unânimes em apontar favoritismo dos espanhóis. Luiz Gustavo foi um deles. O volante, porém, lembrou a vitória do Bayern de Munique sobre o Barcelona, na Liga dos Campeões, como modelo para ser seguido pela seleção.
"Naqueles jogos, eles tiveram maior posse de bola e, mesmo assim, nós vencemos", disse Luiz Gustavo. "É preciso ter paciência. Os espanhóis têm o estilo de manter a bola nos pés e não vão fugir disso agora. Nós também não queremos mudar o nosso jeito de jogar. Será uma final decidida nos detalhes", completou.
* colaborou Bruno Freitas, do UOL, no Rio de Janeiro.