Em Salvador, torcedor encontra falhas do aeroporto ao estádio da Copa
Luiz Paulo Montes e Ricardo Perrone
Do UOL, em Salvador
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Luiz Paulo Montes/UOL
Torcedores que foram à Arena Fonte Nova sofreram com filas nas lanchonetes pelo estádio
O turista que chega a Salvador, uma das sedes da Copa das Confederações, sente já no aeroporto o atraso na preparação da cidade para o Mundial de 2014. Uma placa no desembarque, com direito à versão em inglês, denuncia o atropelo: "Desculpem pelo transtorno, nós estamos construindo um novo aeroporto". Tapumes escondem as obras.
No caminho rumo aos hotéis, os visitantes que trafegam pela Avenida Paralela enfrentam congestionamentos, buracos e, dependendo do dia, trechos alagados e com muita lama. Foi assim, por exemplo, na última sexta-feira, quando o UOL Esporte chegou à capital baiana.
No entorno da Arena Fonte Nova, palco da vitória do Brasil sobre a Itália, por 4 a 2, há mais ruas esburacadas. No dia da partida, a espera por um táxi na cidade chegava até uma hora e meia.
Devido ao trecho bloqueado pela polícia, carros tinham de seguir orientações e desviar a rota. Em uma dessas 'dicas', alguns carros foram parar perto de uma favela. A reportagem presenciou um carro com dois 'gringos' em pânico para sair do local.
Já do lado de dentro, nem torcedores que pagaram para ficar nos lugares mais luxuosos escaparam de transtornos. Parte dos camarotes e seus entornos estavam com goteiras, e os funcionários colocaram lixeiras para segurar a água que caía do teto.
Na área de imprensa também foram notadas falhas. Os banheiros químicos, instalados na garagem da Arena Fonte Nova, deixavam exposto quem estava dentro. Fora, diversas poças d'água espalhadas e canos à mostra.
Quem quer se alimentar na Fonte Nova, sofre. Nas arquibancadas superiores, não havia lanchonete disponível - pelo menos neste sábado. No piso inferior e fora do estádio, nos acessos, as filas eram gigantescas, e muitas pessoas desistiam por não quererem encará-las. No intervalo, por exemplo, quem ficasse o tempo todo aguardando na fila perderia o começo do segundo tempo.
"Salvador não estava preparada. Salvador não se organizou como deveria, sobretudo no passado, para receber um evento desse porte", afirmou o prefeito da cidade, Antonio Carlos Magalhães Neto, um dia antes do jogo entre Brasil x Itália.