Fifa faz campanha por dieta balanceada com Coca-Colas na mesa

Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • J. Duran Machfee/Futura Press

    Totem gigante, patrocinado pela Coca-Cola e com apoio da Prefeitura de São Paulo, foi colocado neste sábado (8) na avenida Paulista, em São Paulo (SP), chamando a população para assistir a Copa das Confederações em evento com telão que vai acontecer no Vale do Anhangabaú, no próximo sábado (15), data do início dos jogos

    Totem gigante, patrocinado pela Coca-Cola e com apoio da Prefeitura de São Paulo, foi colocado neste sábado (8) na avenida Paulista, em São Paulo (SP), chamando a população para assistir a Copa das Confederações em evento com telão que vai acontecer no Vale do Anhangabaú, no próximo sábado (15), data do início dos jogos

Com garrafas de Coca-Cola na mesa, e símbolos do McDonald´s ao fundo, a Fifa e o governo federal divulgaram sua campanha "11 For Health" (11 pela saúde, em português) para tratar de problemas de saúde, entre elas a obesidade. A entidade fez questão de defender as duas empresas, patrocinadoras da Copa-2014 e produtoras de alimentos altamente calóricos. 

Questionado sobre a contradição, o chefe médico da Fifa, Jiri Dvorak, disse que reconhece o mal que bebidas calóricas fazem a uma dieta balanceada. Mas ressaltou que Coca-Copa e McDonald´s estão tomando iniciativas para produzir comidas e bebidas mais saudáveis.

"O mundo está se desenvolvendo. Fui convidado para ir aos EUA para falar sobre comida saudável [às companhias]. Há intenção de adaptação da comida e redução de bebidas de alta caloria. Já estão produzindo bebidas com baixa caloria. O fast-food está mudando. Estou tentado falar sobre esse assunto. Estou consciente [da questão dos patrocinadores]", contou Jiri Dvorak.

Criado pela Fifa para atender crianças em escolas, o programa "11 For Health" é uma parceria que tem como objetivo melhorar práticas de saúde para crianças em 11 pontos. Um dos tópicos é incentivar uma dieta balanceada para evitar subpeso e obesidade. Quando representantes da entidade e do governo federal apresentavam detalhes do programa, havia três garrafas de Coca-Cola na mesa.

A representante do Ministério da Saúde Deborah Malta reconheceu também o impacto de refrigerantes na obesidade e pregou uma dieta mais saudável. "A obesidade é um problema em crianças e em adultos. Temos dados que mostram que nós temos 30% de adolescentes obesos", contou ela. "A alimentação de 50% inclui guloseima, refrigerantes e bebidas adocicadas cinco vezes ou mais por semanas. O Ministério da Saúde já vem desenvolvendo esse projeto nas escolas. Vamos incentivar mais. A água é a bebida mais adequada."

Confrontada com as críticas em relação ao baixo investimento em saúde, comuns nos recentes protestos no país, Malta defendeu o governo ao afirmar que tem aumentado o investimento em saúde durante a gestão da presidente Dilma Rousseff.

"Em relação aos gastos para saúde, temos investimentos de 9% do PIB. Aumentar o investimento em saúde é uma meta de todo governo. Sempre há demanda para que possamos investir mais e mais. É uma demanda legítima aumentar o investimento em saúde. Estamos trabalhando. Temos tido prioridade. Os recursos da saúde têm sido ampliados", comentou a funcionária do ministério.

 

 

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