Ex-atacante da Espanha diz que rivais se apequenam e prevê até o Brasil em apuros

Bruno Freitas

Do UOL, no Recife

  • Bruno Freitas/UOL

    Kiko Narvaez, ex-atacante da seleção espanhola, está na Brasil como comentarista de TV

    Kiko Narvaez, ex-atacante da seleção espanhola, está na Brasil como comentarista de TV

Quem assistiu com atenção ao primeiro tempo de Espanha x Uruguai no último domingo no Recife certamente se impressionou com o massacre de posse de bola dos atuais campeões do mundo. Os sul-americanos praticamente não jogaram e escaparam de irem ao intervalo com uma desvantagem considerável. Para o ex-jogador Kiko Narvaez, atualmente o estilo da Fúria faz seus oponentes se apequenarem.

Kiko está no Brasil como um dos comentaristas do grupo espanhol Mediaset na Copa das Confederações. O ex-atacante do Atlético de Madri defendeu a Espanha no Mundial de 1998. Mas sua colaboração mais importante para a seleção foi o gol da vitória sobre a Polônia na final dos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992.

O antigo goleador do Atlético de Madri conversou com a reportagem do UOL Esporte na Arena Pernambuco, pouco depois da vitória espanhola sobre o Uruguai por 2 a 1. Na opinião de Kiko, até mesmo o Brasil corre o risco de se encrencar diante do estilo de jogo dominante que a Fúria atualmente impõe a seus adversários. Confira abaixo a entrevista:

UOL Esporte: O que você achou da Espanha na estreia? O time tirou o pé no fim para se preservar, não?

Kiko Narvaez: Mas não faltou profundidade. Quis ter a bola, mas não queria dar o passe, esperando que o Uruguai avançasse. Mas o desgaste físico se notou na ultima meia hora.

UOL Esporte: O Uruguai não conseguiu jogar contra a Espanha no primeiro tempo, o mesmo tem acontecido com outros adversários, como na final da Euro, com a Itália. Ninguém consegue jogar com a Espanha de igual para igual hoje?

Kiko Narvaez: A verdade é que no último ano não aconteceu. A fórmula de jogar da seleção espanhola, de pressionar na frente, com intensidade, se tem mobilidade, é muito complicado. Todos os rivais que jogam com a Espanha acabam se apequenando, parecendo piores do que realmente são. Quando se tem 80% de posse, o outro corre atrás e fica cansado. Acho que não há na história do futebol uma equipe com esse número de posse de bola

UOL Esporte: Até mesmo o Brasil corre risco de se apequenar?

Kiko Narvaez: Sim. O que passa é que o Brasil tem um trabalho defensivo com Thiago Silva, David Luiz, Marcelo, Dani Alves, uma equipe forte defensivamente. Mas a verdade é que é muito difícil, nos dias de hoje, conseguir mais de 40% de posse de bola contra a Espanha.

UOL Esporte: Você foi um camisa 9 na seleção. O que achou do desempenho do Roberto Soldado hoje (domingo)?

Kiko Narvaez: Foi muito bem. Leu a partida perfeitamente. Quando teve que definir, definiu. Teve um respiro, quando necessitou jogar de costas para o gol. Muito completo, o melhor "9" que temos hoje.

UOL Esporte: Está em vantagem sobre o Fernando Torres atualmente?

Kiko Narvaez: Sim, como também sobre o Villa. O "9" vive de gols. Marcou contra Irlanda, marcou hoje (domingo). Se tem uma boa fase, tem que aproveitá-la.

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