Na volta ao Maracanã, seleção repete problemas e mantém escrita

Fernando Duarte

Do Uol, no Rio de Janeiro

  • Daniel Marenco/Folhapress

    Neymar mais uma vez não brilhou e a seleção ficou no empate ingleses no Rio

    Neymar mais uma vez não brilhou e a seleção ficou no empate ingleses no Rio

Na volta ao Maracanã, a mais icônica arena com ela associada, a seleção brasileira não conseguiu inspiração suficiente para quebrar a escrita de mais de quatro anos sem vencer uma equipe da elite do futebol mundial. Novamente com problemas no meio de campo e falhas de marcação, além de encontrar dificuldades para abrir espaços no ataque, a equipe empatou em 2 a 2 com a Inglaterra na tarde deste domingo. Se ao menos animou o público carioca com dois gols (a última partida, em 2008, foi um 0 a 0 com a Colômbia) e deixou o campo sob aplausos, a seleção também foi vaiada em alguns momentos e o técnico Luiz Felipe Scolari ouviu gritos de "burro".

O Brasil terá que esperar o amistoso de domingo com a França, em Porto Alegre, para tentar se livrar do que está se tornando uma maldição, e corrigir os problemas a tempo da estreia na Copa das Confederações, dia 15, contra o Japão, em Brasília.

O primeiro tempo ficou marcado pela diferença de atitude das duas equipes. Em final de temporada e com diversos jogadores lesionados – o time, por exemplo, começou a partida sem nenhum de seus centroavantes especialistas -, a Inglaterra se limitou a tentar absorver os ataques da seleção brasileira.

Concentrando as ações pelo lado esquerdo do ataque, com Hulk, a seleção não conseguiu criar muitas oportunidades, especialmente porque Neymar se mostrava muito afoito. Por pelo menos três vezes o atacante do Barcelona tentou o chute e, numa bola que passou longe do gol de Joe Hart, aos 11 minutos, ouviu as primeiras vaias do público.

O Brasil só levou perigo pela primeira vez aos 16 minutos, quando Dani Alves chutou de fora área, quase surpreendendo o goleiro inglês. Aos 18, veio a primeira grande chance: Neymar recebeu na área, mas Hart reagiu a tempo para abafar o chute. Sete minutos depois, Oscar cruzou da direita, mas Fred não conseguiu chegar a tempo para tocar para o gol.

Aos 27, Hart mais uma vez teve que abafar um chute brasileiro, desta vez de Hulk. Oscar, o melhor do Brasil no primeiro, obrigou Hart a nova defesa aos 30, num chute de meia distância. Mas a torcida logo começou a gritar o nome de Lucas, que apesar de ter treinado entre os titulares com Felipão durante a semana no Rio começou o jogo no banco.

Os ingleses chutaram pela primeira vez a gol com Wayne Rooney, aos 35, e tiveram uma excelente chance aos 39 quando Walcott recebeu livre na área, nas costas de Thiago Silva, mas  chutou em cima de Júlio Cesar.

A seleção já voltou do vestiário com Marcelo e Hernanes nos lugares de Filipe Luís e Luiz Gustavo.  Quando Lucas iniciou aquecimento à beira do campo, aos oito, a torcida enfim aplaudiu. Mas a escolha de Oscar para dar vaga ao atacante do Paris St. Germain foi recebida com gritos de "burro" pelo público. Mas  Felipão foi salvo mais uma vez pelo oportunismo de Fred: aos 13 minutos, o atacante do Fluminense emendou com  estilo o rebote de um lindo chute de Hernanes que acertara o travessão de Hart.

Foi o quarto gol  de Fred em quatro partidas pela seleção na Era Felipão. A celebração ganhou alguns decibéis a mais por conta do público local, o mesmo que, durante o anúncio das escalações, só fez mais barulho para saudar o nome de Neymar.

Os ingleses levaram perigo numa cochilada de David Luiz aos 19, com Milner chutando com perigo. Na sequência, Rooney subiu sozinho para cabecear à direita de Júlio Cesar. Na terceira vez em que deu espaço, os ingleses empataram o jogo: Oxlade-Chamberlain pegou de primeira, de fora da área,  uma rebatida da defesa brasileira, aos 22.

Felipão decidiu reforçar a pegada do meio de campo e tirou Hulk para a entrada de Fernando, uma substituição celebrada pela torcida, ainda que muito mais por sua insatisfação com o atacante do Zenit São Petersburgo. O clima só piorou aos 32 minutos, quando Rooney  arrancou e acertou uma pintura de chute no ângulo esquerdo. Na sequência, Felipão pôs Damião no lugar de Fred.

Aos 36, quando tudo parecia caminhar para uma repetição da derrota de fevereiro em Wembley, Paulinho emendou de primeira um cruzamento de Lucas, para quase imediatamente dar vaga a Bernard. Só houve tempo para os ingleses levarem perigo mais uma vez, aos 45, quando Rooney por pouco não aproveitou um cruzamento de Cole para marcar o que seria um histórico e inédito terceiro gol inglês em gramados brasileiros.

BRASIL 2 x 2 INGLATERRA
 
Brasil
Julio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Filipe Luís (Marcelo);  Paulinho (Bernard), Luiz Gustavo (Hernanes) e Oscar (Lucas); Hulk (Fernando), Fred (Leandro Damião) e Neymar
Técnico: Luiz Felipe Scolari
 
Inglaterra
Hart, Johnson (Oxlade-Chamberlain), Cahill, Jagielka e Baines (Cole); Jones, Carrick, Lampard e Milner; Rooney e Walcott
Técnico: Roy Hodgson
 
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro
Árbitro: Wilmar Roldan (COL)
Assistentes: Eduardo Díaz e Wilson Berrío (ambos da COL)
Cartões amarelos: Hulk (BRA)
Gols: Fred (BRA), aos 12, Chamberlain (ING), aos 21, Rooney (ING), aos 33, e Paulinho (BRA), aos 36 minutos do segundo tempo

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