Durante uma entrevista coletiva realizada no início da tarde de sábado no hotel da seleção inglesa no Rio, o técnico Roy Hodgson ofereceu conselhos a Luiz Felipe Scolari e a Carlos Alberto Parreira sobre a pressão de dirigir o time da casa numa competição de alto nível.

Embora jamais tenha passado pessoalmente pela experiência, o treinador citou exemplos de colegas ingleses e franceses em dois dos principais torneios da década de 90, a Eurocopa de 1996 e a Copa do Mundo de 1998.

"Felipe e Carlos Alberto não terão como escapar da pressão porque terão de dirigir a seleção brasileira numa Copa do Mundo realizada no Brasil. Mas se serve de consolo, a Inglaterra teve um de seus melhores resultados de sua história em 1996, perdendo uma semifinal nos pênaltis para a Alemanha, depois de dois anos sem grandes resultados e sem uma palavra positiva da mídia inglesa", explicou Hodgson.

Ele também citou o exemplo de Aime Jacquet, o treinador da seleção francesa campeã mundial em casa, em 1998. "Jacquet ouviu críticas o tempo todo, com os franceses dizendo que a seleção não era boa o suficiente, etc. No final, ganhou o título", completou.

Hodgson também serve como exemplo no que diz respeito ao bombardeio dos críticos. Desde que foi convidado para assumir o cargo, o treinador ouviu críticas até ao problema de dicção que o impede de pronunciar os erres mais acentuados. Na quarta-feira, a atuação inglesa no empate de 1 a 1 com a Irlanda, em Londres, foi atacada até por ex-ídolos como o atacante Gary Lineker, para quem  o esquema tático usado pelo treinador foi "medieval".

"Para você ver, nós e os jogadores achamos que tivemos uma boa atuação e jogamos bem, mas a mídia teve opinião diferente. Não há muito o que se pode fazer nesse caso. O importante é a comissão técnico e o grupo sentirem que estão fazendo avanços".