Rival do Brasil, Rússia tem ajuda milionária de magnata dono do Chelsea

Fernando Duarte e Paulo Passos

Do UOL, em Londres

  • Dylan Martinez/Reuters

    O presidente do Chelsea assiste a final da Liga dos Campeões de 2012. Chelsea levou o título

    O presidente do Chelsea assiste a final da Liga dos Campeões de 2012. Chelsea levou o título

Muito já se falou sobre a presença de Roman Abramovich no Chelsea, clube de que é dono. No entanto, a influência do bilionário russo também tem uma frente caseira. Além de patrocinar programas de formação de jogadores, Abramovich já injetou recursos na Federação Russa de Futebol. Através de uma ONG, foi ele quem financiou a contratação do holandês Guus Hiddink como treinador da seleção masculina principal, em 2006, operação que incluiu um salário líquido anual estimado em US$ 9,5 milhões (R$ 20 milhões).

Por causa da mão amiga de Abramovich, não houve como os cartolas russos ou mesmo Hiddink dizerem não ao bilionário quando ele requisitou os serviços do holandês para um mandato-tampão no Chelsea após a demissão de Luiz Felipe Scolari, em fevereiro de 2009. Hiddink, que no ano anterior levara a Rússia à semifinal da Eurocopa, acumulou os cargos  até o final daquela temporada, quando o clube londrino trouxe do Milan o italiano Carlo Ancelotti.

No entanto, a associação de Abramovich ao futebol russo nem sempre é espontânea. Embora o bilionário tenha aparecido sorridente junto à delegação russa como parte da campanha para sediar a Copa de 2018, sua participação na empreitada, incluindo o comprometimento de parte de sua fortuna de US$ 12 bilhões (R$ 24 bilhões), foi uma ordem direta do presidente da República, Vladmir Putin, cuja ascensão ao poder, em 2000, foi crucial para o enriquecimento de Abramovich.

O recado não foi dado a portas fechadas, mas em cadeia nacional de TV. "Esperamos que o senhor Abramovich abra sua carteira. Ele nem vai sentir o beliscão, pois tem muito dinheiro", requisitou o mandatário russo.

Para muitos russos, Abramovich precisa mesmo mostrar serviço em casa. Isso porque a aquisição do Chelsea, em 2003, despertou críticas de setores mais nacionalistas da sociedade russa, que viram o investimento na Inglaterra como um "abandono" do futebol da Rússia, onde boa parte dos clubes tem estruturas que não se comparam às dos grandes clubes do futebol europeu.

Em 2004, a Sibneft, companhia petrolífera então sob controle do magnata, fechou um contrato de patrocínio da ordem de US$ 54 milhões com o CSKA. O acordo durou dois anos e despertou acusações de que Abramovich estaria tentando indiretamente assumir o controle do clube de Moscou – a legislação do futebol europeu proíbe que uma pessoa seja proprietária de mais de uma equipe. O buchicho ficou mais encorpado porque Chelsea e CSKA foram sorteados no mesmo grupo da Liga dos Campeões da Uefa de 2005.

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