Barretão exalta de índios a Neymar em documentário 'oba oba' da seleção

Rodrigo Mattos

Do UOL, em São Paulo

  • Shaun Botterill/Getty Images

    Neymar será um dos personagens do domentário sobre seleção de Barretão

    Neymar será um dos personagens do domentário sobre seleção de Barretão

Produtor de alguns dos principais filmes brasileiros, Luiz Carlos Barreto, o Barretão, fará uma série de documentários sobre os 100 anos da seleção brasileira. Pela descrição do projeto, o  tom é nacionalista e de exaltação com o objetivo de contar a história do futebol no país dos índios até Neymar. Sua produtora tenta parceria com a CBF, que até agora ainda não analisou a ideia. 

O projeto tem um custo de R$ 3 milhões e será bancado majoritariamente por meio de incentivos fiscais. No início de março, a Ancine (Agência Nacional de Cinema) aprovou que a Filmes do Equador LTDA, de propriedade de Barreto, capte R$ 2,856 milhões com empresas que investiriam dinheiro que seria para pagar imposto de renda. O restante será pago pelos produtores como contrapartida. O período de captação vai até 2016.

Desde 2011, Barreto negocia com a CBF uma parceria para esses documentários. Chegou a conversar com o ex-presidente da confederação Ricardo Teixeira, mas o cartola caiu antes que a ideia fosse à frente. Oficialmente, as duas partes, entidade e produtora, apenas confirmam que há um pedido de audiência com o atual mandatário José Maria Marin, ainda sem data para ocorrer.

O UOL Esporte apurou que, dentro da confederação, há a opinião de que Barreto deve querer uma chancela oficial da entidade porque isso facilitaria acesso a informações e poderia garantir o apoio dos patrocinadores da seleção.

O tom do projeto - chamado de "Seleção Brasileira de Futebol, 100 de glórias" - é nacionalista e de exaltação à seleção. É o que fica claro em trechos da descrição do projeto: "Brasil, 2014. Naquele momento de transformações profundas, quando o país recém deixara de ser um Império e passara às mãos dos brasileiros (...), veio ao mundo a mais apaixonante e sólida de todas as instituições que esse país jamais teve: a Seleção brasileira de Futebol". 

Segundo a Ancine, serão 10 episódios de 54 minutos a serem exibidos na televisão paga. A reportagem apurou que deve haver uma parceria com o canal HBO. O material será composto por notícias, imagens de arquivo, técnicas de animação e entrevistas.

A história a ser contada começa há 500 anos por conta de "uma tese e indícios" de que neste época índios brasileiros já praticavam um jogo com bola e posse nos pés, similar ao futebol.

A partir daí, a intenção do documentário é mostrar a história da seleção, que, segundo o projeto, reflete "diretamente a sociedade brasileira". Diversos jogadores são citados como personagens a serem retratados pelo documentário: Pelé, Zagallo, Parreira, Felipão, Ronaldo, Ronaldinho, Rivellino, Tostão, Romário, entre outros. E fica clara a intenção de também filmar o time atual do Brasil: "Além, é claro, da jovem seleção do centenário, Neymar, Paulinho, Oscar, Ramires e cia, que disputará a Copa das Confederações 2013."

Segundo o site da produtora, o roteiro será de Eduardo Bueno e Roberto Assaf, que já escreveu um livro oficial para a CBF sobre a história da seleção. Também no site estão indicados como diretores: Daniel Tendler e Bruno Barreto.

Bruno Barreto é responsável pela direção de sucessos como "Dona Flor e seus dois maridos" e "O que é isso companheiro?", indicado ao Oscar de filme estrangeiro. Entre outros trabalhos, Tendler atuou como roteirista de "Lula, o filho do Brasil", que contava, segundos os críticos, em tom de exaltação e nacionalismo a história do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. 

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