Em greve, operários da Arena Amazônia prometem passeata até o Ministério Público
Roberto Pereira de Souza
Do UOL, em São Paulo
Mais atrasos para construção da Arena Amazônia, em Manaus: cerca de 600 operários que trabalham na Arena Amazônia, em Manaus, entraram em greve nesta quinta-feira e nesta sexta farão uma passeata de três quilômetros entre as obras e o Ministério Público do Trabalho, para forçar uma audiência.
A greve é mais um obstáculo para o cumprimento do cronograma das obras. Tanto o estádio quanto projeto sobre mobilidade urbana enfrentam atrasos que podem comprometer o andamento dos trabalhos. A arena deve custar R$ 532 milhões.
Os operários reclamam que estão sofrendo assédio moral por parte de dois engenheiros contratados pela construtora Andrade Gutierrez. Em nota, a construtora negou que o movimento tenha paralisado as obras:
“A Construtora Andrade Gutierrez informa que a paralisação realizada hoje por um grupo de aproximadamente setenta trabalhadores da obra da Arena da Amazônia trata-se de um movimento isolado. As frentes de trabalho da obra continuam funcionando normalmente e a empresa não se opõe em dialogar com os trabalhadores dentro de um ambiente de normalidade".
Além do afastamento dos engenheiros, os operários exigem o pagamento de 100% sobre o valor das horas extras trabalhadas.
“Eles estão recebendo 50% sobre o valor das horas extras, o que contraria nossa convenção coletiva dos trabalhadores na construção civil”, explicou o vice-presidente do sindicato da categoria, Cícero Custódio.
O dirigente sindical disse ainda que existe um problema burocrático na obra que vem prejudicando os trabalhadores contratados: “eles estão sendo representados pelo sindicato da terraplenagem, o que não é correto. Quem trabalha em obra é operário da construção civil e deve seguir o que a categoria determina e conquista por convenção coletiva”, disse Custódio.
Para agilizar a solução do problema trabalhista, os 600 trabalhadores marcharam pelo centro de Manaus, para uma audiência no Ministério Público do Trabalho.
“Já estamos prontos para essa marcha e esperamos contar com a ajuda do Ministério Público contra esses abusos sofridos pelos operários. Nosso sindicato quer ajudar a resolver o problema o mais rápido possível”, garantiu o dirigente.
Além das horas extras com remuneração de 100 %, os operários que trabalham na Arena Amazônia pedem “o fim da humilhação, cesta básica e plano de assistência médica”.