Histórias do Independência na Copa de 50 são lembradas por personagens em visita ao estádio

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Belo Horizonte

  • Bernardo Lacerda/UOL Esporte

    Personalidades do esporte e torcedores anônimos em visita ao Independência, em BH

    Personalidades do esporte e torcedores anônimos em visita ao Independência, em BH

Gandula no jogo em que os Estados Unidos venceram a Inglaterra, por 1 a 0, pela Copa do Mundo de 1950, numa das maiores ‘zebras’ da história dos mundiais, Elmo Cordeiro voltou nesta quarta-feira ao Independência, para visitar as obras de reformulação do estádio que encontram-se na reta final. Emocionado por conhecer as novas instalações, ele lembrou o fato de ter ficado perto dos personagens de um dos mais famosos jogos válidos por Copa do Mundo de todos os tempos.

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    Amarelinho, ex-jogador do América, foi 'flanelinha' em frente ao Independência durante a Copa de 50

“Fui gandula no jogo entre Inglaterra e Estados Unidos. Foi memorável, A Inglaterra achou que iria ganhar o jogo no tempo todo. Mas o futebol não é assim. É muito simples, para vencer, tem quer ter o maior índice de aproveitamento”, afirmou Elmo Cordeiro, atualmente aposentado e que integrou o grupo de 13 pessoas, entre ex-jogadores do América, vizinhos antigos do Independência e torcedores anônimos.

Eles foram homenageados, em encontro promovido pela Secretaria Extraordinária para a Copa do Mundo de Minas Gerais (Secopa-MG), no novo Independência, cuja data de inauguração será oficialmente divulgada nesta sexta-feira.

Ex-gandula, torcedor, flanelinha, ex-jogador de futebol, personagens importantes que vivenciaram a Copa do Mundo de 1950, se reuniram, no Independência, para contar histórias marcantes do estádio. O secretario extraordinário da Copa do Mundo, Sérgio Barroso acompanhou a visita ao estádio. O Independência na Copa do Mundo da FIFA, em 1950, foi palco de três jogos: Iugoslávia 3 x 0 Suíça (25 de junho); EUA 1 x 0 Inglaterra (29 de junho); e Uruguai 8 x 0 Bolívia (2 de julho).

Elmo Cordeiro relembra a oportunidade de ver de perto, em campo, grandes jogadores da época. “O que eu mais me lembro foi de ver alguns jogadores ingleses. Recordo-me de um zagueiro que se chamava Ramsey, e que depois foi o técnico campeão mundial em 1966”, destacou.

“Ele perdeu aqui no Independência, mas venceu em casa e voltou a perder para o Brasil, na Copa de 70. Ele foi uma figura importante no futebol e ganhou o título de Sir Alf Ramsey”, acrescentou o ex-gandula. “É uma emoção diferente voltar ao Estádio que eu vi sendo construído pela segunda vez. Estou muito satisfeito de vir aqui e irei frequentar o Estádio, até porque, eu pago meia-entrada”, complementou Elmo Cordeiro.

Outro personagem importante fora das quatro linhas e que se envolveu na Copa do Mundo de 1950, foi o ex-jogador Amarelinho, como era conhecido Waldir Antônio de Lelles e que jogou no América. À época do torneio, o aposentado trabalhava como ‘flanelinha’, tomando conta dos poucos carro que ficavam estacionados à porta do estádio.

Dessa forma, Amarelinho acompanhou os jogos do lado de fora. “Morava ao lado, nasci aqui perto e vinha para cá sempre ver treinos, conheci grandes jogadores na história do Independência. Aprendi muito com eles, ficava atrás do gol pegando as bolas que saiam, sempre fui apaixonado pelo futebol. Na Copa do Mundo eu fiquei aqui tomando conta dos carros que tinham na época, poucos carros, do lado de fora, ficava escutando os jogos. Ganhei chuteira, camisas de jogadores”, lembrou.

Sem conseguir assistir a nenhum dos três jogos do lado de dentro do Independência, o ex-jogador afirma que assistia aos treinos das seleções participantes. “Vi treinos da Suiça, Iugoslávia, vi a construção do Independência., aqui era a minha casa, futebol sempre foi minha paixão”, destacou Waldir Antônio Lelles.

Integrante do Conselho de Administração do América-MG, Afonso Celso Raso, que à época era torcedor, o jogo entre EUA e Inglaterra, que foi considerado a maior zebra da Copa do Mundo de 50, marcou a história do Independência. “O gol do haitiano que jogava nos Estados Unidos foi uma explosão no Estádio, porque ninguém esperava que aqueles jogadores ruins pudessem marcar no grande time da Inglaterra. Estávamos torcendo pelos Estados Unidos”, lembrou.

“Tinha um clima de festa, pela novidade da Copa do Mundo.  Inauguração do Independência foi mais ou menos igual hoje: falavam que não dava para inaugurar. Mas ele saiu e teve momentos marcantes, principalmente pela zebra entre Estados Unidos e Inglaterra. Provavelmente, se esse jogo épico não tivesse ocorrido aqui, o Independência seria esquecido”, acrescentou o dirigente do América-MG, atual proprietário do estádio.



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