Por 15 votos a 9, deputados liberaram consumo de cerveja em estádios da Copa de 2014
Maurício Savarese
Do UOL, em Brasília
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Jamie Squire/Getty Images
Torcedor alemão bebe cerveja durante a partida contra a Sérvia pela Copa do Mundo
A comissão especial da Câmara dos Deputados que avalia a Lei Geral da Copa aprovou nesta terça-feira (6) a venda de bebidas alcóolicas em estádios do Mundial. A medida ainda pode ser revista no plenário da Casa, que deve começar a discutir a matéria na quarta-feira. Se aprovada, a Lei Geral ainda passará pelo Senado antes de ser sancionada pela presidente Dilma Rousseff.
NOVELA DA LEI GERAL
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Aprovação da Lei Geral da Copa na comissão especial da Câmara dos Deputados demorou mais que o esperado e esteve envolta em polêmicas. Projeto, agora, terá de passar por plenário da Câmara, pelo Senado e pela sanção da Presidência
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Na comissão, o texto do relator Vicente Cândido (PT-SP) foi mantido por 15 votos a 9. Deputados oposicionistas apoiaram o texto, que é uma exigência da Fifa para a realização da Copa no Brasil e que causou rusgas entre dirigentes esportivos e membros do governo Dilma Rousseff nas últimas semanas.
Cândido afirmou que a venda de bebidas alcóolicas em estádios "foi o item que mais se destacou durante o período de debates na Casa". Ele disse ainda que a comercialização não aumentará a violência nos estádios porque o Brasil "vive outro momento na comparação com dez, 12 anos atrás". Ainda assim, o relator sugeriu que o Congresso terá de debater o assunto novamente para definir se a proibição determinada no Estatuto do Torcedor deve ser mantida.
Além disso, a comissão manteve a chamada Categoria 4 – ingressos mais baratos para idosos, estudantes e beneficiários do programa Bolsa Família. Idosos poderão pagar meia-entrada em qualquer partida. Os deputados ainda decidirão como serão concedidos os benefícios a portadores de deficiência.
Polêmica com Valcke
Por conta de um erro regimental na votação da semana passada, a comissão teve de aprovar novamente o texto-base de Cândido – desta vez sob a sombra dos comentários do secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, e sua sugestão de apressar as obras no Brasil com "um chute no traseiro". Também sobraram críticas para o assessor da Presidência brasileira Marco Aurélio Garcia, que chamou o francês de "vagabundo".
O presidente da comissão, deputado Renan Filho (PMDB-AL), concordou com as críticas a ambos. O oposicionista Otávio Leite (PSDB-RJ) chamou o bate-boca de "conversa de botequim de esquina". Apoio só houve ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que rejeitou continuar a interlocução com Valcke após o incidente. O dirigente da Fifa já pediu desculpas pelas declarações, assim como o presidente da entidade, Joseph Blatter.