Para Sarney, crítica de Valcke foi "intromissão grosseira" da Fifa à organização da Copa

Do UOL, em São Paulo*

  • Marcelo Camargo/Folhapress

    José Sarney se juntou à lista de autoridades indignadas com o secretário-geral da Fifa

    José Sarney se juntou à lista de autoridades indignadas com o secretário-geral da Fifa

O presidente do Senado e do Congresso Nacional, José Sarney (PMDB-AP), usou o mesmo tom do governo para desqualificar as críticas do secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jérôme Valcke, à organização da Copa do Mundo de 2014. "As coisas não estão funcionando no Brasil" e os organizadores da Copa de 2014 deveriam receber "um chute no traseiro", disse Valcke na semana passada.

"ESSE CARA É UM VAGABUNDO!"

  • Folhapress

    O secretário especial para Assuntos Internacionais do governo federal, Marco Aurélio Garcia, não mostrou papas na língua ao demonstrar sua revolta contra Jérôme Valcke. LEIA MAIS

"O ministro do Esporte] Aldo Rebelo não falou apenas em seu nome e em nome do governo, mas falou em nome de todo o povo brasileiro a respeito da intromissão grosseira do dirigente da Fifa", disse Sarney. Na entrevista em que fez as críticas, Valcke também apontou a lentidão com que tramita no Congresso o projeto que institui a Lei Geral da Copa de 2014.

No último sábado, Rebelo exigiu, em nome do governo federal, que a Fifa designe outro interlocutor para a preparação da Copa. Valcke tem marcada visita oficial ao Brasil no dia 12. O ministro informou, na ocasião, que enviaria nesta segunda-feira (5) carta ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, formalizando a disposição oficial brasileira.

O representante da Fifa tem reclamado dos atrasos nas entregas de obras ligadas ao Mundial de 2014. O governo é o alvo principal. Apesar da postura crítica, Valcke tem evitado citar o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, com quem possui relação estreita.

Desde que Dilma Roussef assumiu o governo nacional, os diálogos com a Fifa ficaram mais duros. Durante os sorteio das eliminatórias da Copa, no ano passado, em seu primeiro contato público com a entidade, a presidente fez questão de mostrar uma relação fria.

* Com informações de Marcos Chagas, da Agência Brasil

CONFIRA O QUE DISSERAM ALGUNS POLÍTICOS SOBRE A FRASE DE VALCKE

Romário, Deputado Federal"Quando o Valcke usou a expressão 'dar um chute no traseiro', considerei mal colocada e no mínimo mal educada"
Álvaro Dias, Senador"Não fosse um desrespeito ao Brasil a expressão por ele utilizada, não fosse uma afronta à dignidade nacional quando ele se refere a chute, eu gostaria até de emprestar a ele a chuteira que eu já dependurei há algum tempo, porque, evidentemente, não fosse o desrespeito, nós teríamos que apoiá-lo relativamente ao que diz"
José Sarney, Presidente do Senado"O Aldo Rebelo não falou somente em seu nome, nem do ministério nem do governo brasileiro, falou em nome de todo o povo brasileiro e do nosso sentimento dessa intromissão indevida"
Renan Filho, Dep. Federal e pres. da Comissão da Lei Geral "Manifesto meu repúdio em relação às declarações feitas pelo secretário- geral da FIFA, Jérôme Valcke a respeito da organização das Copas do Mundo e das Confederações no Brasil. Nenhuma instituição, governo ou pessoa está livre de críticas. Contudo, enquanto interlocutor da FIFA com o governo brasileiro, é inadmissível que o secretário-geral faça uso de expressões inconsequentes, deselegantes e de linguajar chulo"
Marco Maia, pres. da Câmara"É uma declaração que merece na verdade que a gente dê um chute daqui para lá. De volta. E que repudie qualquer tipo de declaração desse nível em relação à preparação da Copa pelo Brasil"


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