Novela sem fim para aprovação da Lei Geral da Copa já preocupa governistas
Maurício Savarese
Do UOL, em Brasília
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Joedson Alves/Folha Imagem
Nova previsão é para que a lei seja votada na Câmara na semana que vem
A pouco mais de um ano da Copa das Confederações, a Câmara dos Deputados não conseguiu sequer aprovar a lei Geral da Copa do Mundo de 2014 na comissão especial formada para debater o tema. Como ainda falta debater o tema em plenário e no Senado, já há preocupação de aliados da presidente Dilma Rousseff com o tempo para superar o assunto. A principal polêmica nesta primeira fase é sobre a venda de bebidas alcóolicas em estádios durante o mundial.
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Nesta quarta-feira, a comissão especial se reuniria no início da manhã para votar destaques ao relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP), incluindo os pontos controversos. A prioridade para o plenário da Casa acabou adiando o encontro por três vezes, até que se decidiu remarcá-lo para terça-feira (6). Por hora, a prioridade número um do governo é aprovar na Câmara um fundo de aposentadoria para servidores.
Ainda paira sobre a comissão especial a possibilidade de anulação da votação do texto-base, feita na terça-feira. A membros da própria comissão admitiram que a votação se deu dois minutos depois de o plenário da Câmara entrar em sua ordem do dia. As comissões só podem funcionar enquanto isso não acontecer. Uma contestação na Justiça poderia fazer o trâmite recuar à estaca zero e causar ainda mais atraso.
Após o adiamento, Cândido aprovou o tempo maior para discussão, mas admitiu o receio do governo. "O conteúdo [do texto] já está superado com a Fifa. Agora o prazo preocupa não só à Fifa, preocupa a todos nós", disse.
"Estamos a pouco mais de um ano da Copa das Confederações e a lei Geral da Copa define preços de ingressos. Essa é uma das receitas importantes para a Fifa. A apreensão começa a inquietar todo mundo em virtude do tempo", afirmou.
O relator, que esperava aprovar seu texto na comissão especial em dezembro, agora cogita que isso aconteça na semana que vem. Segundo ele, o debate sobre permissão de venda de bebidas alcóolicas ainda é "o mais sensível". O petista previu um acordo na parte do texto que trata de restrições à exibição de imagens de partidas da Copa em concorrentes da TV Globo.