O Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, não pressionou e nem sequer ousou dar um limite de tempo para a retomada das obras no Beira-Rio. Em Porto Alegre desde a noite de segunda, o político elogiou o estádio do Inter na manhã desta terça e se colocou de fora do processo de ultimato da parceria entre os gaúchos e a construtora Andrade Gutierrez.

“O estádio do Inter tem a particularidade de não ser uma obra nova, ou reconstrução completa como o Maracanã, como o estádio de Brasília. Ou do Corinthians, que começou com terraplanagem [...] As obras fundamentais já foram realizadas. Todo o trabalho de drenagem e área fluvial já foi feito. Isso mostra que o cumprimento do cronograma não sofrerá qualquer ameaça maior”, disse Rebelo.

A postura não é novidade. Há uma semana, o governo já tinha encerrado com as especulações de que Porto Alegre poderia mudar de estádio para sediar a Copa das Confederações, em 2013, e a Copa do Mundo do ano seguinte.

O detalhe, no entanto, é que Aldo Rebelo preferiu ficar de fora da linha de frente por uma pressão em cima da Andrade Gutierrez. De acordo com os dirigentes do Inter, a assinatura do contrato de 20 anos só depende da construtora.

“O Governo Federal tem conversado com todos os envolvidos nesta tarefa, estamos acompanhando. Eu, pessoalmente, estou sendo informado quase diariamente. Nós temos a mais absoluta confiança na realização da Copa em Porto Alegre”, discurso o ministro.

Apesar da confiança, o Beira-Rio está sem nenhuma máquina sequer em atividade há mais de 230 dias. E ao ser questionado se tinha alguma novidade em relação ao ato de oficialização do negócio, o Ministro saiu pela tangente.

“Eu tenho a data mais importante. Que é a data da conclusão das obras para a Copa. O estádio estará pronto para a Copa do Mundo. Quinze dias ou uma semana a mais ou a menos não vai comprometer o cronograma, o calendário. Sabemos que a engenharia tem mecanismos para acelerar uma obra”, argumentou.

Inaugurado em 1969, o Beira-Rio é um canteiro de obras gigante e parado. Em dezembro de 2010, o Internacional demoliu um quarto da arquibancada inferior, mas na metade do ano seguinte parou a reforma. Desde então, o clube negocia um acordo com a Andrade Gutierrez. Em dezembro, as partes chegaram a um acordo, o Conselho Deliberativo colorado aprovou o contrato, mas a assinatura não saiu.

Na última sexta-feira, a empreiteira divulgou uma nota oficial nos jornais de Porto Alegre. No texto, disse que ainda trata da elaboração de uma Sociedade de Propósito Específico, que vai angariar e gerir recursos para bancar a maior parte do orçamento de cerca de 250 milhões de reais.