Ministro do Esporte chega ao RS para pôr fim a paralisação de 8 meses em reforma do Beira-Rio

Vinícius Segalla

Do UOL, em São paulo

  • Gabriel Heusi/Portal da Copa

    Imagem de outubro de 2011: obras no Beira-Rio seguem do mesmo jeito: paralisadas

    Imagem de outubro de 2011: obras no Beira-Rio seguem do mesmo jeito: paralisadas

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, desembarca nesta terça-feira em Porto Alegre com uma missão tão difícil quanto importante: resolver, de uma vez por todas e enquanto é tempo, o imbróglio que paralisa há quase oito meses as obras de reforma do Beira-Rio, estádio do Internacional-RS que será utilizado na Copa do Mundo de 2014.

SEM PREVISÃO

  • Divulgação

    Na semana passada, a Andrade Gutierrez emitiu uma nota oficial sem nenhuma data para retomar as obras em um dos palcos da Copa do Mundo LEIA MAIS

O ministro já declarou em mais de uma oportunidade que a situação do estádio gaúcho é a mais preocupante entre as arenas da Copa. Não haveria como ser diferente. A empreiteira responsável pela obra, a Andrade Gutierrez, não prevê nenhuma data para a retomada dos trabalhos. A empresa tampouco explica à imprensa e a população sobre os impasses que a impedem de realizar seu trabalho.

Sua única forma de comunicação com a sociedade é por meio de notas oficiais, raras e lacônicas. Na última, divulgada na semana passada, a empreiteira afirmou que "reafirma seu compromisso com o projeto, esclarecendo que ainda há prazo suficiente para o término da reforma do Estádio Gigante da Beira-Rio tendo como objetivo a Copa do Mundo de 2014". Não há outro remédio a não ser acreditar na empreiteira.

Mas a preocupação do ministro não é à toa. Já no dia 27 de agosto do ano passado, quando as obras completavam 45 dias de paralisação, o cronograma estava de tal forma comprometido que a Andrade Gutierrez se via obrigada a afirmar que empenharia "todos os esforços para viabilizar a obra em tempo hábil para a Copa do Mundo de 2014".

Em relação a Copa das Confederações, que será de 15 a 30 de junho de 2013, dirigentes e conselheiros do clube admitiam, sob a proteção do anonimato, que dificilmente o estádio estaria pronto a tempo.

Eles estavam certos. No dia 20 de outubro, a Fifa anunciou o calendário e os locais dos jogos da Copa. O Beira-Rio ficou de fora da Copa das Confederações. Porto Alegre receberá cinco partidas do Mundial, sendo a com mais destaque uma das oitavas de final.

A decisão pela parceria com a Andrade Gutierrez foi polêmica dentro da agremiação. Parte dos dirigentes e conselheiros queriam que o Inter bancasse todo o projeto, como fez na construção do estádio, na década de 1960.

Foi montado um plano que chegou a ser colocado em prática, de reformar o estádio em dois anos, a um custo de R$ 150 milhões. O estádio jamais seria fechado integralmente. A cada seis meses, uma quarta parte da arena seria reformada, deixando as áreas restantes livres para a ocupação do público.

Obras para a Copa de 2014
Obras para a Copa de 2014

Tal plano já caiu por terra. Com o atraso nas obras, será necessário trabalhar em três turnos e em todo estádio ao mesmo tempo para compensar o tempo perdido. O custo estimado da obra, agora, alcança os R$ 300 milhões. O Inter vai pedir dinheiro emprestado para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que teve que aumentar o prazo para entrada com o pedido de empréstimo em sua linha especial para financiar estádios da Copa.

A Andrade Gutierrez, por sua vez, informa que, agora, está na dependência de "uma posição da instituição financeira que atua como agente representativo do banco de fomento no Estado" em relação à apresentação de garantias para o empréstimo junto ao BNDES. Qualquer que seja o motivo da vez para atrasar as obras (por seis meses, Inter e empreiteira não se entenderam em questões contratuais), Aldo Rebelo espera extingui-lo ainda nesta semana.

 



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos