"Que raiva", escrevi na última sexta-feira à noite em uma mensagem para Patrícia, já que eu precisava responsabilizar alguém, e rápido! "Raiva? Mas você não acabou de mandar um áudio dizendo que tinha achado a série a coisa mais linda do mundo?" E eu achei, só que eu fiquei aos prantos e isso não...
Eu dava meu nome numa boa, mesmo não gostando muito do sobrenome materno. Data de nascimento, idem. Nacionalidade, filiação, profissão, tudo certo. Quando chegava na hora de preencher o estado civil, eu travava. Parecia uma espécie de carimbo de abandono, atestado de solidão, quase uma tatuagem de...
De uns meses para cá tenho me visto demais, com uma frequência absolutamente desnecessária. Como se não bastasse estar presa vinte e quatro horas por dia à minha péssima versão atual, que consiste basicamente em trabalhar, perder chaves e esquecer senhas, dei para conviver também -de forma...
"Ser uma mulher é uma experiência muito violenta. Nós somos literalmente segredos ambulantes. Shhh. Silêncio. Melhor não falar nada. A gente quer te ver, mas não quer te ouvir." As aspas são da atriz Kristen Stewart em uma das entrevistas no festival de Cannes sobre o lançamento do filme em que...
E no meio do caminho tinha o Gregório Duvivier. Eu estava triste, cansada, com sinusite, e o taxista que tinha me levado até o Bixiga havia passado vinte minutos xingando os motoristas de São Paulo. Tentei passar um corretivo enquanto cruzava com meu antigo apartamento na rua Pamplona, mas logo...
*Por Wagner Schwartz Morreu Nana Caymmi: a pessoa. A pessoa Caymmi, eu não conhecia. E você? Hoje, fazemos o luto da imagem que tínhamos de Nana. Ligamos essa perda a outras, mais próximas. Para enlutar. É natural a confusão.
Eu não sei em que momento da minha juventude eu decidi que acompanhar o Gilberto Gil seria um projeto de vida. Para falar a verdade, nem sei se houve um momento exato e consciente. "Ah, essa é uma voz que me ampara." O que eu sei, e disso não tenho dúvidas, é que entre os 435 erros que eu já...
Em 2087, quando os feriados de Páscoa e de Tiradentes repetirão o feito do último final de semana, que durou quatro dias, eu não estarei mais aqui. Até lá - estamos falando de 62 anos - torço para que as questões que ocuparam meu cérebro nessas 96 horas, em que, tambores rufando, não fiz nada além...
Outro dia, numa festa, encontrei um amigo por quem tenho imensa admiração. Sabe aquelas pessoas que te deixam com a sensação de, depois de meia hora de conversa, ter lido cinco jornais? Entre um assunto e outro, acabamos falando sobre questões de gênero quando, de forma discreta, recebi o conselho...
Para uma pessoa ansiosa, olhar para o céu por duas horas - e em silêncio - não é uma tarefa fácil. Por outro lado, não fosse por isso, talvez a experiência não rendesse coluna - defeitos, às vezes, têm lá seus benefícios. Utilidades, no mínimo, surpreendentes.
No dia 31 de dezembro de 1988, uma semana antes do fim da novela "Vale Tudo", 55 pessoas perderam suas vidas em uma noite que, mais do que todas as outras, costuma ser sinônimo de futuro.
Eu estou viciada na série "White Lotus". Acordo aos domingos com aquela alegria totalmente específica, sabe? Das esperas garantidas, sem chance alguma de desapontamentos.
Fui ver "Adolescência", a série britânica da Netflix, sem nem saber direito do que se tratava. Mas os posts dos amigos, cada dia mais frequentes e enfáticos nas recomendações, não me deram alternativa.
Eu sei, a data certinha foi semana passada. Mas como a gente ainda está em março, e eu acabei não escrevendo sobre o Dia Internacional da Mulher, vou fingir que o dia oito vai até o 31 desse mês, assim disfarço de ativismo o que na verdade poderia ser chamado de amor.