Outro dia, numa festa, encontrei um amigo por quem tenho imensa admiração. Sabe aquelas pessoas que te deixam com a sensação de, depois de meia hora de conversa, ter lido cinco jornais? Entre um assunto e outro, acabamos falando sobre questões de gênero quando, de forma discreta, recebi o conselho...
Para uma pessoa ansiosa, olhar para o céu por duas horas - e em silêncio - não é uma tarefa fácil. Por outro lado, não fosse por isso, talvez a experiência não rendesse coluna - defeitos, às vezes, têm lá seus benefícios. Utilidades, no mínimo, surpreendentes.
No dia 31 de dezembro de 1988, uma semana antes do fim da novela "Vale Tudo", 55 pessoas perderam suas vidas em uma noite que, mais do que todas as outras, costuma ser sinônimo de futuro.
Eu estou viciada na série "White Lotus". Acordo aos domingos com aquela alegria totalmente específica, sabe? Das esperas garantidas, sem chance alguma de desapontamentos.
Fui ver "Adolescência", a série britânica da Netflix, sem nem saber direito do que se tratava. Mas os posts dos amigos, cada dia mais frequentes e enfáticos nas recomendações, não me deram alternativa.
Eu sei, a data certinha foi semana passada. Mas como a gente ainda está em março, e eu acabei não escrevendo sobre o Dia Internacional da Mulher, vou fingir que o dia oito vai até o 31 desse mês, assim disfarço de ativismo o que na verdade poderia ser chamado de amor.
Semana passada, enquanto o Brasil ainda se dividia entre comemorar ou bradar contra o resultado do Oscar - com comentários muitas vezes preconceituosos dirigidos à atriz que ganhou da nossa Fernanda Torres - uma outra jovem artista de Hollywood usava sua conta no Instagram para falar de aparência...
Estamos em dezembro de 1979, em uma UTI de um hospital de Campinas, São Paulo. Um rapaz de vinte anos, imóvel, em pânico, e com a quinta vertebra cervical quebrada depois de um mergulho em um lago, conversa com sua mãe:
Odeio Carnaval. Amo Carnaval. Odeio gente que ama Carnaval. Odeio gente que odeia Carnaval. Ai de ti, fevereiro, há anos obrigado a receber esse Fla-Flu sempre tão raso e sem poesia. Aliás, mais um para lista. Direita e esquerda, rosa e azul, Drake e Kendrick, amor e garantia.
Você e a Anitta, qual é o link? Ouço essa pergunta há mais ou menos um ano. Desde que a conheci e que, de alguma forma, passamos a fazer, sempre que possível, parte da vida uma da outra. Mas é trabalho? Amizade? O que vocês têm em comum? Conversam sobre o quê?
A atriz e colunista de Universa Maria Ribeiro está de volta com a terceira temporada do programa Maria Vai Com Os Outros, que estreia nesta sexta-feira (31/1) no Canal UOL, no YouTube e na TV. A grande novidade é que, desta vez, todas as gravações foram feitas na cidade de São Paulo, em locais...
Ontem, quando a Luana Piovani me escreveu falando sobre o garoto Miguel, eu estava lendo "Monique se liberta". O livro, do francês Édouard Louis, conta a história da sua mãe, uma mulher marcada por dois casamentos abusivos, e por um filho que muda as coisas de lugar.
"Ontem, no bloco, eu beijei quatro pessoas. Depois, no Uber, ouvi a melhor história da minha vida. Preciso te contar, você vai querer fazer um filme. Cheguei em casa tão eufórica que acabei ouvindo música até o sol nascer. Sabe aquelas noites que vão durar para sempre? Você precisa gostar de...
Escrevo esse texto cruzando o Atlântico. No avião, sob um mar que parece um céu, e um céu que parece Deus, penso que geografia é também uma matemática. Sabe quando a distância te ajuda nas contas? Naquela lista invisível, e eventualmente opressora, de tudo que você ainda é, mesmo depois de anos...
Não, eu não sei mais que dia é hoje. Nem do mês e nem da semana. Também já não sei bem como me chamo e nem o porquê de estar me sentindo assim. "Mas assim, como?" Então, esse é o problema. Mais um "não sei" para minha coleção de verão.
Quando Ayrton Senna morreu em frente aos televisores de um Brasil em suspenso, eu tinha 18 anos. Ao lado da minha melhor amiga em um apartamento na zona sul do Rio de Janeiro, lembro da cena: nós duas no sofá tentando compreender como era possível estar tudo ótimo em um segundo e ficar tudo péssimo...
De uns tempos para cá, tenho consolado, com alguma frequência, um amigo recém-separado. Conheço sua dor, tenho intimidade com ela, a respeito, e por pouco - talvez porque seja esse o trabalho do ator - não a sinto como minha.