Nos últimos dias, todo brasileiro que ainda mantém o hábito de refletir pensou bastante sobre nosso passado recente. Desde quinta, quando foi decretada a condenação de Jair Bolsonaro e sua trupe de militares que queriam dar um golpe de Estado, muito do que sofremos nos últimos anos veio à cabeça.
Notícia: as empresas Meta, Anthropic e Microsoft piratearam quase 200 mil livros para treinar suas ferramentas de inteligência artificial. Autores como Clarice Lispector, Paulo Coelho, Chico Buarque, Raduam Nassar, Jorge Amado e Bernardo Carvalho tiveram suas literaturas transformadas em dados para...
Na sala de sua casa, Luis Fernando Verissimo acompanha uma reportagem na televisão sobre o seu aniversário de 80 anos. A matéria é encerrada com algumas palavras melosas atribuídas ao escritor. Ele olha desconfiado. "Eu nunca disse isso", comenta.
Outro dia, abri a Netflix e vi que "Pssica", série de Quico Meirelles que nasce de um romance de Edyr Augusto, estava entre as atrações mais assistidas. Gostei.
"Com a possível exceção do pavão, nenhum outro animal se ama como o homem" e todo mundo que já pisou num campo sabe: "nenhum amor-próprio resiste a uma bola pelo meio das pernas. Que dirá duas". Então, quando Américo repetiu o drible em Célio, ouviu: "Não faz mais isso".
A inteligência artificial segue como assunto que gera dúvidas e desconfianças. Se o avançar da joça é inevitável, o que resta é tentar entender seu funcionamento, aprimorar nossas questões e buscar respostas para que tenhamos um futuro minimamente razoável junto com as traquitanas. Ninguém sabe...
É bastante triste o relato que a escritora Lilia Guerra publicou sobre o que lhe aconteceu após a participação na Flip deste ano, onde dividiu uma mesa na programação principal com a chilena Alia Trabucco Zerán (sobre quem escrevi aqui).
Fiquei encucado com a ideia que Pedro Pacífico, o Bookster, leitor e influenciador com quase 800 mil seguidores no Instagram, trouxe numa entrevista aqui para o UOL. Defendeu:
"'De onde vocês são?' 'De Kafar-Qassim', dissemos todos a uma só voz. 'Onde vocês estavam?' 'No trabalho'. Ele se afastou cerca de cinco metros, aonde havia dois de seus colegas com metralhadoras, e gritou: 'Abatam-nos'."
Eventos literários servem para arejar a cabeça, encontrar pessoas, garimpar novos autores. Ouvir aquela fagulha que te leva a uma nova ideia, que parece despertar um pensamento até então adormecido. Importante: também ajudam a fazer com que o negócio do mercado editorial gire, com que editoras e...
Artefatos literários. É assim que Rosa Montero classifica os livros em que borra os limites entre a ficção e a não ficção, o romance e o ensaio. Fazem parte desse recorte da obra da autora títulos que há alguns anos conquistam muitos leitores no Brasil. Falo, por exemplo, de "A Ridícula Ideia de...
Não irei para a Flip neste ano. Por isso, será impossível acompanhar a vasta e muitas vezes boa programação paralela à principal. Ainda pior: ficarei sem os encontros, cachaças e papos em festas e botecos, a parte mais festiva da Festa Literária Internacional de Paraty.