Não raro, homens denunciados por violentar mulheres tentam desqualificar suas vítimas e denunciá-las por falsa acusação. Numa sociedade machista, esse discurso serve à manutenção da impunidade e de estereótipos de gênero —ela é louca, vingativa, inventou tudo porque ficou com ciúmes, e por aí vai.
Por que ainda tem gente que estranha ver mulheres em campo jogando futebol? De onde vem a ideia de que o nosso corpo é frágil para o esporte considerado violento para elas, mas não para eles?
"Este post (compartilhável) é para expor João Teixeira de Faria como uma fraude e um abusador sexual", era como começava o texto da primeira denúncia pública contra o autointitulado médium João de Deus, numa rede social, em maio de 2018.
Um alto executivo britânico, demitido em maio depois de ser acusado de assédio sexual, disse que os homens estão "cada vez mais nervosos de trabalhar com mulheres".
Depois de ser apontado como agressor, o tenista Thiago Wild contra-atacou: disse que sua ex-companheira, a influenciadora Thayane Lima, que o denunciou por violência doméstica, tentou extorqui-lo.
Os abusos começaram quando Joana tinha 11 anos. Ela era uma menina cercada de tudo o que o dinheiro podia pagar: escola bilíngue, clube de elite, babá, motorista, roupas da moda. Ela também frequentava os consultórios mais badalados do Rio de Janeiro. Então o que aconteceu?
"Excelentíssimo, eu tô implorando por respeito, nem os acusados são tratados do jeito que estou sendo tratada, pelo amor de Deus, gente. O que é isso?"