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Copa 2018

Ministro inglês defende boicote à Copa. Veja quem já fez isso no passado

Campeão em 1930, o Uruguai boicotou as duas edições seguintes e só voltou em 1950, no Brasil - Divulgação/AFP
Campeão em 1930, o Uruguai boicotou as duas edições seguintes e só voltou em 1950, no Brasil Imagem: Divulgação/AFP

Do UOL, em São Paulo

21/03/2018 04h00

A crise diplomática que se instalou entre Reino Unido e Rússia após o caso de envenenamento do ex-agente russo Sergei Skripal fez com que a tese de boicote à Copa do Mundo fosse levantada. Ministro de Relações Exteriores, Boris Johnson indicou a possibilidade, gerando reações de todos os envolvidos.

Embora tenha sido classificado como improvável pela própria Federação Inglesa, o boicote da Inglaterra não seria uma novidade na história das Copas. Veja os principais exemplos de edições passadas motivadas por questões políticas ou esportivas.

1934 - Uruguai, Inglaterra, País de Gales, Irlanda e Escócia

Campeão em casa da primeira Copa do Mundo, em 1930, o Uruguai boicotou a edição seguinte, disputada na Itália. A medida teve a vingança como causa: como só quatro países europeus aceitaram viajar à América do Sul para a primeira Copa, o Uruguai quis dar o troco na mesma moeda. Assim, foi a única seleção até hoje a não defender seu título.

Inglaterra, Escócia, Irlanda e País de Gales também boicotaram, mas porque classificaram o torneio próprio que tinham como superior ao Mundial da Fifa.

1938 - Argentina e Uruguai

Como a primeira Copa foi disputada no Uruguai e a segunda na Itália, a Argentina esperava que um rodízio entre os continentes acontecesse e se considerava a favorita a receber a edição de 1938. Quando a França foi a escolhida como sede, a federação argentina liderou o boicote ao torneio e contou com o apoio do Uruguai, que prolongou sua ausência.

1950 - Índia, Argentina e Escócia

Na primeira Copa realizada no Brasil, a Fifa ofereceu uma vaga para a Ásia a ser disputada por Índia, Indonésia, Filipinas e Mianmar (antiga Birmânia). Como os outros três países desistiram, a Índia ficou com a classificação automaticamente. No entanto, por não julgar o torneio importante o bastante, a federação indiana se recusou a jogá-lo. Já a Argentina alegou problemas políticos com a confederação brasileira para se ausentar do torneio.

A Escócia, por sua vez, recusou a vaga que lhe foi dada alegando que não aceitava a condição de classificada como vice-campeã britânica em uma disputa paralela que perdeu para a Inglaterra.

1958 – Turquia, Indonésia, Egito e Sudão

Os quatro países não disputaram as eliminatórias como forma de boicote à participação de Israel e alegaram questões políticas. Mesmo assim, os israelenses não foram à Copa na Suécia porque a Fifa exigia que todos os classificados tivessem disputado ao menos um jogo eliminatório. Por isso, foi realizada uma repescagem entre País de Gales e Israel, com vitória dos europeus.

1966 – Continente africano

A confederação africana já estava brigando com a Fifa depois que expulsou a África do Sul por culpa do apartheid e viu a entidade recolocar o país nas eliminatórias asiáticas. Então, como a Fifa deu só uma vaga para África e Ásia entre os 16 países que disputariam a Copa na Inglaterra, os africanos decidiram boicotar em bloco a competição, alegando que a decisão da Fifa era injusta com o continente.

1974 – União Soviética

A extinta União Soviética perdeu a chance de disputar a edição na Alemanha Ocidental porque se recusou a viajar ao Chile para enfrentar a seleção local em uma espécie de repescagem. Os soviéticos alegaram que o Estádio Nacional de Santiago, palco do jogo, era utilizado pelo governo de Pinochet para torturar presos políticos. Como a Fifa se recusou a mudar a partida para um local neutro, a União Soviética não foi ao jogo e viu o Chile ficar com a vaga.

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