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Copa 2018

Brasil chega à Rússia em meio a expectativa por reeleição de Vladimir Putin

Presidente russo Vladimir Putin discursa durante um comício presidencial no estádio de Luzhniki em Moscou - Mikhail Klimentyev, Sputnik, Kremlin Pool Photo via AP
Presidente russo Vladimir Putin discursa durante um comício presidencial no estádio de Luzhniki em Moscou Imagem: Mikhail Klimentyev, Sputnik, Kremlin Pool Photo via AP

Danilo Lavieri e Dassler Marques

Do UOL, em Moscou (Rússia)

18/03/2018 04h00

Ao menos neste momento, a seleção brasileira e a Copa 2018 estão bem longe de serem prioridades na Rússia. Enquanto Tite e companhia começam a se apresentar neste domingo (18), em Moscou, para o amistoso contra os donos da casa na próxima sexta-feira (23), o país-sede  do Mundial oficializa a mais do que provável reeleição de Vladimir Putin para o quarto mandato. Ele já é o segundo russo com maior tempo de poder em um século, somente atrás de Joseph Stalin. 

As pesquisas antes dos votos indicam uma vitória do atual presidente com certa folga, apesar dele ter feito campanha discreta, de apenas três meses e de raras aparições públicas: cerca de 70% dos votos, contra 7% do segundo colocado, Pavel Grudinin, que tem discurso capitalista.

Pelas ruas da capital, é possível ver alguns outdoors de campanha de Putin, mas também propagandas que incentivam o povo a ir para as urnas, uma vez que o voto não é obrigatório. A expectativa otimista da situação é conseguir 70% de adesão da população. A oposição a Putin é sufocada por burocracias e falta de verbas. Só há três canais de televisão que cobrem todo o país, e todos são estatais ou controlados por empresas estatais. 

Tite, durante anúncio da convocação da seleção brasileira - Pedro Martins/Mowa Press - Pedro Martins/Mowa Press
Tite precisa usar amistosos para tirar as dúvidas da lista da Copa
Imagem: Pedro Martins/Mowa Press

A seleção da Rússia, aliás, se apresenta para os amistosos contra Brasil e França neste domingo, mas todos os atletas foram liberados pela comissão técnica para exercerem seu direito de cidadão antes. Quem quiser, poderá atrasar a chegada no elenco para dar sua opinião na sucessão do governo. O campeonato local também teve a sua rodada adiantada para que todas as atenções do país possam estar apenas nas eleições.

As sanções aplicadas pelo Ocidente contra a Rússia devido à anexação da Crimeia, em 2014, conseguiram aumentar (ainda mais) a aprovação ao presidente russo. Recentemente, outras crises, como o incidente diplomático com a Turquia em 2016 e a guerra na Síria funcionaram como alavanca. O pleito foi postergado em alguns dias, para coincidir justamente com a data da anexação da Crimeia, há quatro anos. 

À parte de tudo isso, a seleção começa a se apresentar neste domingo para os últimos dois jogos antes da convocação final para a Copa do Mundo. Os primeiros a chegar serão os membros da comissão técnica. Na segunda, Tite já comanda a sua primeira atividade, mas sem que todos seus atletas estejam à disposição.

O comandante tem dois desafios centrais: ver como a seleção reagirá sem Neymar, que operou o pé e está fora, e achar o seu "ritmista" ideal, que pode concorrer pela vaga que, hoje, é de Renato Augusto.

Minutos depois de jogar contra a Rússia, a seleção já embarca para Berlim. O outro desafio será contra a Alemanha, pela primeira vez desde o fatídico 7 a 1 na semifinal da Copa do Mundo de 2014, no Mineirão.

Depois disso, o técnico terá cerca de dois meses para fechar uma lista com os 23 nomes que representarão o Brasil no Mundial marcado para ser disputado a partir de junho, na Rússia.

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