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Copa 2018

Ele destruiu carro e quebrou a perna em 2016, mas agora está perto da Copa

Souaré fraturou o fêmur no fim de 2016 e voltou a jogar um ano depois - Mike Hewitt/Getty Images
Souaré fraturou o fêmur no fim de 2016 e voltou a jogar um ano depois Imagem: Mike Hewitt/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

16/03/2018 04h00

Em setembro de 2016, Pape Souaré tinha o teto do seu carro cortado e era retirado das ferragens por bombeiros, sendo levado de helicóptero para um hospital. O fêmur da perna direita e a mandíbula estavam fraturados. Um ano e meio depois de saber que por pouco não havia ficado paraplégico, o senegalês está a um passo de disputar a Copa do Mundo na Rússia.

Mas foi sofrido o caminho do lateral do Crystal Palace do dia em que bateu seu carro até a convocação para os últimos amistosos antes do Mundial. O acidente ocorrido numa rodovia próxima ao aeroporto de Heathrow, em Londres, foi considerado grave. Souaré ficou com a perna presa na estrutura do veículo após o choque no canteiro central.

Acidente de Soaure - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Imagem: Reprodução/Twitter
Um motorista que viu tudo foi quem o ajudou a se acalmar enquanto o resgate não chegava. “Ele ficou falando meu nome e tentando me tranquilizar, sem deixar que eu tentasse fazer algo estúpido como mexer minha perna. Ele me ajudou muito”, contou o jogador à “BBC”.

No hospital, Souaré ficou sabendo que se a lesão tivesse ocorrido alguns centímetros mais para cima era grande a chance de ter ficado paraplégico. O susto passou e as lesões foram curadas. No primeiro mês, após dias de cama, ele precisou usar muletas. O fato de o quadril não ter sofrido nenhuma lesão grave foi uma boa notícia.

Por outro lado, o senegalês optou por não contar aos pais sobre o acidente e a gravidade dos problemas. Isso porque seu pai, em Paris, estava lutando contra o câncer e havia recebido a notícia de que teria poucas semanas de vida pela frente. Já a mãe, no Senegal, também havia fraturado a perna um dia depois.

Com apoio do clube e da torcida, Souaré seguiu com sua recuperação. Em dezembro de 2016, seu pai faleceu. Não pôde ver o retorno do filho aos gramados nem saber que, no início de 2018, ele estava convocado para os últimos amistosos antes da Copa do Mundo na Rússia, contra Uzbequistão e Bósnia. “Eu só gostaria que ele estivesse aqui e me visse voltando”, lamentou ao “The Guardian”.

Souaré voltou a disputar uma partida exatamente um ano após o acidente, atuando pela equipe sub-23 do Crystal Palace. O retorno ao time principal aconteceu logo depois, no fim de 2017. Agora, ao receber a chance de defender novamente a seleção, ele tem que mostrar que está em boas condições físicas para disputar a Copa.

“Estou muito empolgado com a convocação. Faz um tempo que não represento meu país e agora estou de volta, mal posso esperar a hora de estar novamente em campo pela seleção”, escreveu Souaré nas redes sociais.

Do acidente, o que restou para o jogador, além das lembranças, foi um processo por direção perigosa. O julgamento está marcado para 16 de julho, um dia depois da final da Copa do Mundo. Até lá, ele espera ter passado o maior tempo possível na Rússia. Senegal está no grupo H com Colômbia, Japão e Polônia, seleção que será sua rival na estreia.

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