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Copa 2018

Nigéria longe da Nigéria: seleção tem base que nunca jogou em seu país

Time titular da Nigéria antes do jogo contra a Argentina, em novembro de 2017 - Oleg Nikishin/Getty Images
Time titular da Nigéria antes do jogo contra a Argentina, em novembro de 2017 Imagem: Oleg Nikishin/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

25/02/2018 04h00

A aposta da Nigéria para a Copa do Mundo é um time que praticamente não jogou na Nigéria. O grande êxodo de nigerianos para outros países e a importante comunidade do país espalhada pelo mundo repercutem na seleção nacional: da equipe base, a enorme maioria nunca jogou a primeira divisão local. E isso pode ser bom no Mundial da Rússia.

Afinal, se causa estranheza e talvez lamentação por parte dos mais nacionalistas, o fato de a base nigeriana ter mais experiência na Europa do que em “casa” pode representar mais experiência em confrontos internacionais, menos deslumbramento diante de grandes adversários e uma sensação de “normalidade” contra jogadores de primeiro nível mundial. Pelo menos essa é a esperança de parte dos nigerianos.

Se considerado o time que enfrentou a Argentina em amistoso no fim de 2017, o goleiro Daniel Akpeyi foi o único titular que disputou ao menos uma partida na primeira divisão nigeriana. Os demais ou saíram cedo para outros países ou sequer nasceram em território africano.

Três deles nasceram na Europa: o lateral Ola Aina (Inglaterra) e os zagueiros William Troost-Ekong (Holanda) e Leon Balogun (Alemanha). O restante da base titular chegou ainda jovem também ao Velho Continente, exceção feita a Shehu Abdullahi, que começou sua carreira profissional no Kuwait.

Times como Arsenal, Manchester City, Porto e Genk serviram como base para alguns dos titulares e os lançaram ao profissionalismo. Assim, os nigerianos que chegam à Copa do Mundo, em sua maioria, estão acostumados a enfrentar os principais nomes do futebol mundial.

Coincidência ou não, a Nigéria foi a primeira seleção africana a se garantir no Mundial da Rússia, obtendo a vaga com uma rodada de antecedência. E seu grupo não era dos mais fáceis, já que tinha Camarões e Argélia, presentes nas últimas duas edições de Copas, e Zâmbia, que acabou terminando em segundo lugar na chave.

O bom desempenho surpreendeu até os nigerianos. “No começo, pensamos que nossa classificação seria definida na última rodada, contra a Argélia. Não imaginamos que já teríamos a vaga, já que o grupo era muito difícil”, admitiu o atacante Ahmed Musa, do Leicester City.

Com a boa campanha, agora a Nigéria tem metas ousadas para a Copa: chegar no mínimo até as quartas de final, algo que seria inédito para o país que foi três vezes até as oitavas. “Pensamos até nas semifinais, por que não? Daremos tudo de nós, não importa contra quem seja”, emendou Musa ao site da Fifa.

E confiança será fundamental para os nigerianos. A equipe está no grupo D, ao lado de Argentina, Croácia e Islândia. Se conseguir uma vaga, pegará nas oitavas de final uma das seleções do grupo C, composto por França, Peru, Dinamarca e Austrália.

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