Copa 2018

Doping e corrupção causam constrangimento com dirigentes de Rússia e Fifa

Sergei Karpukhin/Reuters
Gianni Infantino ao lado de Vitaly Mutko em entrevista na Rússia Imagem: Sergei Karpukhin/Reuters

Pedro Lopes e Rodrigo Mattos

Do UOL, em Moscou (Rússia)

01/12/2017 09h05

O que era para ser um talk show de apresentação do sorteio da Copa do Mundo desta sexta-feira, em Moscou, virou uma sucessão de constrangimentos. Uma série de perguntas sobre doping e corrupção dirigidas a Vitaly Mutko, responsável pelos esportes do governo russo, e Gianni Infantino, presidente da Fifa, gerou uma sucessão de respostas longas e confusas e repetidos pedidos por perguntas “positivas” e sobre Futebol.

Mutko vem sendo apontado como suspeito de envolvimento no esquema de doping estatal do esporte olímpico na Rússia. Perguntado sobre o assunto, partiu por três vezes em verdadeiras tiradas de quase dez minutos, pedindo desculpa ao final de cada uma delas. Durante as respostas, Infantino permanecia inquieto ao seu lado.

“Racismo, doping, são problemas globais, não podem ser resolvidos em um país. Não existe doping nos Estados Unidos? Nossas seleções são mais testadas que as suas. Olhem para a NBA, a NFL, não são testadas de forma independente. Isso é distorcer a realidade”, disse o dirigente, em resposta a um jornalista norte-americano.

“Qual é a base de referência? O estado está tomando decisões, encobrindo arquivos? Isso não aconteceu neste país. O sistema de doping pode ter problemas, mas não são necessariamente nossa culpa. Não existe um programa de doping estatal, e as pessoas que manipularam amostras não são patrocinadas pelo estado russo”.

As longas tiradas de Mutko foram alvo de piadas até de Infantino. “Se o Mutko não estivesse aqui do meu lado, talvez eu estivesse falando mais. Ele é como eu, gosta de falar bastante”, disse.

Para o presidente da Fifa, o assunto não foi doping, mas sim corrupção. Questionado sobre o Fifa Gate e o julgamento de José Maria Marin, José Angel Napout e Manuel Burga em Nova Iorque, além do envolvimento de Marco Polo Del Nero, o cartola se esquivou, recorreu a um discurso ufanista sobre tolerância e pediu explicitamente por perguntas positivas mais de uma vez.

“Infelizmente, no passado, tinha um ecossistema negativo na administração de certos eventos esportivos. É importante fazer uma linha entre o passado, e o presente e o futuro. Coisas como as que aconteceram no passado não podem se repetir, colocamos mecanismos suficientes para impedir que aconteçam”, disse. “Acho que o mundo nesse momento precisa de tolerância, e nós, da Fifa, precisamos ganhar a confiança das pessoas e entregar o futebol. Talvez, falar sobre futebol e focar na Copa do Mundo possa ajudar nesse momento”.

Até o apresentador russo do talk show se incomodou com as perguntas, e pediu três vezes por questões sobre futebol ou sobre o sorteio. Antes de conceder o microfone para a última delas, disse “esperamos que seja, finalmente, sobre o sorteio de hoje”. O jornalista se anunciou como sendo do New York Times, principal jornal da cobertura do Fifa Gate em Nova Iorque, e a zona de mídia do Kremlin caiu na gargalhada. O questionamento foi, mais uma vez, sobre doping e corrupção

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