Copa 2018

Copa 2018

Assessor da CBF citado em delação nos EUA está em Moscou no hotel da Fifa

Alexandre (gravata vermelha), atrás de Blatter, durante abertura da Copa das Confederações 2013 imagem: Jorge Silva/Reuters

Pedro Lopes e Rodrigo Mattos

Do UOL, em Moscou (Rússia)

01/12/2017 09h46

Assessor de Ricardo Teixeira durante anos, e depois de José Maria Marin e de Marco Polo Del Nero, Alexandre Silveira foi citado no escândalo de corrupção no futebol por supostamente ter ajudado na negociação de propinas a cartolas. Nesta semana, ele está em Moscou para acompanhar o sorteio da Copa, hospedado no hotel que recebe os principais cartolas ligados à Fifa.

A presença de Alexandre Silveira entre a nata da cartolagem contrasta com a ideia de “limpeza” que a atual gestão da Fifa quer passar. Desde que Gianni Infantino assumiu a presidência da entidade, em fevereiro de 2016, uma das principais bandeiras tem sido o afastamento dos dirigentes que se envolveram no escândalo de corrupção que levou o futebol ao banco dos reús em um tribunal de Nova York.

No processo do caso Fifa, que investiga o pagamento de propina a dirigentes em diversas instâncias, Alexandre Silveira foi citado 11 vezes nas últimas semanas em meio a descrição de pagamentos de propinas. Alejandro Burzaco, ex-executivo da empresa Torneos e réu confesso de pagar subornos a dirigentes, chegou a chamar Alexandre Silveira de “attaché” - termo derivado da palavra anexo, e usado para definir assistentes pessoais de diplomatas - por estar sempre próximo de Ricardo Teixeira. E mencionou que Silveira, entre outras funções, carregavas as malas e papéis do cartola.

Segundo depoimento de Burzaco, é Silveira quem coloca o ex-presidente da CBF ao telefone durante uma reunião do Comitê Executivo da Conmebol. Nesta versão, Texeira, por meio de uma ligação, autoriza que os demais cartolas repassassem o pagamento de propinas a Marco Polo del Nero e José Maria Marin -  o primeiro assumiu seu posto no orgão, e o segundo, a presidência da CBF. O suborno em questão era de 600 mil dólares anuais, e passou a 900 mil quando passou a ser dividido.

Alexandre tem um histórico de serviços prestados à CBF. Com a saída de Teixeira, continuou a viajar a eventos internacionais acompanhando José Maria Marin e depois Marco Polo Del Nero, quanto este viajava. Sempre arredio à imprensa, foi protagonista de episódio em que mandou o carro por cima de uma equipe da ESPN Brasil que tentava entrevistar os cartolas da entidade.

Também colecionou desafetos entre funcionários da CBF e cartolas de menor graduação pela ligação próxima que mantinha com Ricardo Teixeira. No auge do poder do ex-presidente, chegava a “filtrar” os telefonemas de presidentes de federação que queriam falar com Teixeira. Depois, continuou tentando fazer o mesmo com Marin e Del Nero. 

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL