Copa 2018

Sustentável, Wembley 'ensina' Maracanã e tem vida além do futebol

Peter Nicholls/Reuters
Imagem: Peter Nicholls/Reuters

Caio Carrieri e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, de Londres (ING)

13/11/2017 12h00

Enquanto o Maracanã, casa histórica da seleção, vive imbróglio administrativo, Wembley, palco do amistoso entre Inglaterra e Brasil nesta terça-feira, oferece aos habitantes e turistas de Londres agenda consolidada de eventos além do futebol.

Reaberto em 2007 após reconstrução ao custo atualizado de R$ 4,3 bilhões, o lendário estádio inglês, local exclusivo de jogos da Inglaterra, ampliou seu leque de eventos. Administrado pela Football Association (FA), o órgão de governança da modalidade, Wembley recebe de maneira contínua shows, lutas, partidas de rugby e da National Football League, a liga de futebol americano.

Há uma década pelo menos um jogo da NFL por ano é sediado no estádio, pioneiro ao hospedar o primeiro confronto regular de uma temporada fora dos Estados Unidos – a vitória do New York Giants sobre o Miami Dolphins por 13 a 10 em outubro de 2007.

“Wembley é totalmente sustentável em termos financeiros”, afirma Kieran Maguire, professor da Universidade de Liverpool e especialista em finanças do futebol, ao UOL Esporte. “Passou a ser centro de diversas atividades. A maioria dos estádios na Inglaterra é aberta de 20 a 25 dias por ano, o que é uma loucura pelo investimento de milhões despejado pelos clubes”.

Da receita total de cerca de R$ 1,6 bilhão da Football Association em 2016, ao menos R$ 483 milhões foram gerados pelo estádio de Wembley. Metade da arrecadação se refere à realização de eventos e renda de ingressos. A outra parte tem origem no “Club Wembley”, programa de camarotes. 

Existem quatro tipos de espaços privativos, com variados planos e tipos de acesso às diferentes atrações ao longo da temporada. O preço anual da área mais básica começa em R$ 9 mil, e a oferta mais luxuosa, para até 20 pessoas, inicia em R$ 160 mil.

Toby Melville/Reuters
O imponente estádio londrino já impressiona na fachada Imagem: Toby Melville/Reuters

“Londres tem cerca de nove milhões de habitantes”, acrescenta Maguire “E isso inclui pessoas com poder aquisitivo muito alto, com instituições financeiras estabelecidas na cidade e que gostam de entreter seus clientes com grandes eventos”.

Com capacidade para 90 mil pessoas, a arena ainda tem o patrocínio da EE, empresa de telecomunicações que em 2014 fechou contrato de seis anos por R$ 108 milhões. Não se trata de naming rights, já que a FA não quis interferir no nome do célebre estádio, onde a Inglaterra conquistou sua única Copa do Mundo, em 1966.

Para o público em geral, os ingressos para ao duelo com o Brasil custam entre R$ 150 a R$ 450. Mesmo muito elevados para o bolso do brasileiro médio, os valores são menores dos que os pedidos pela CBF para a última apresentação em casa da equipe sob o comando de Tite, a despeito da grave crise econômica no país. O torcedor que acompanhou a vitória sobre o Chile, no Allianz Parque, em outubro, desembolsou no mínimo R$ 250 por um tíquete inteiro.

Quando o assunto é futebol, além das partidas da seleção da Inglaterra e dos jogos decisivos de divisões inferiores e os das tradicionais copas nacionais, Wembley se tornou casa provisória do Tottenham nesta temporada. O clube do norte da cidade espera se mudar para seu novo estádio, em construção, em agosto de 2018.

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