Jovem, Alemanha já tem pronto time para o tentar penta em 2018

Fernando Duarte

Do UOL, no Rio de Janeiro

Por um segundo, Bastian Schweinsteiger fingiu diminuir o sorriso do Gato de Alice com que tinha aparecido na zona mista do Maracanã. A pergunta sobre a juventude da seleção alemã falava sobre os colegas Thomas Müller, Mario Götze e Toni Kroos, mas não sobre ele. "Pô, eu tenho 29 anos e ainda me sinto um pouco jovem", brincou o meia alemão.  E embora quatro anos sejam uma eternidade em futebol, o tempo está ao lado de Schweinsteiger no que diz respeito a uma vaga no grupo que em 2018 disputará o penta na Rússia.

"Schweini" é um dos 22 jogadores alemães com pelo menos mais uma Copa do Mundo no que diz respeito à idade. Do grupo trazido por Joachim Löw para o Brasil, apenas o atacante Miroslav Klose, hoje com 36 anos, já está no crepúsculo da carreira. Com idade média de 25,9 anos, a Alemanha tem 14 jogadores com 25 anos ou menos e chegarão a 2018 abaixo dos 30. Tirando Klose, o mais velho é o goleiro reserva Roman Weidenfeller, de 33, seguido do lateral e meia Philipp Lahm, que completa 31 em novembro.

Capitão da seleção e do Bayern de Munique, Lahm foi movido para o centro por seu treinador no clube, Pep Guardiola, de olho nas habilidades de passe do jogador e também no fato de que sua altura - 1,70 m – pode deixá-lo um pouco mais vulnerável às jogadas aéreas. Foi assim também que começou a Copa e só voltou para a lateral depois da lesão que tirou Shkodran Mustafi do torneio.

"Acho que muitos de nós ainda estarão por aqui em quatro anos, temos um grupo que vem crescendo junto há pelo menos oito anos e disputando competições internacionais. As coisas parecem bem encaminhadas e termos vencido o Mundial foi genial depois de tantas semifinais. Mas temos que ver como um passo, não o destino final", disse o zagueiro Mats Hummels, de 25 anos.

No Mundial do Brasil, a Alemanha tinha seis equipes mais jovens que ela no ranking da juventude, mas além de cinco estarem na casa de 25 anos (Gana, com média de idade de 24,9, era a exceção), apenas a Bélgica pode ser considerada um rival mais robusto. Jogadores como Lahm e Schweinsteiger e o zagueiro Per Mertesacker disputaram no Brasil seu terceiro mundial, assim como o xodó dos brasileiros, Lukas Podolski.

"Temos que ir devagar e não ficar pensando muito à frente, pois temos a Euro de 2016 antes do próximo Mundial. Mas o futuro parece promissor para gente e sabemos que o trabalho dos clubes poderá oferecer mais jogadores  jovens para a seleção", acredita Schweinsteiger.

Um lateral-esquerdo parece ser questão de ordem, porém: lesões e escassez de jogadores para a posição obrigaram Löw a improvisar o zagueiro Benedikt Höwedes na esquerda e a fragilidade ficou evidente especificamente no primeiro tempo da final contra a Argentina, quando Ezequiel Lavezzi por várias vezes ganhou jogadas. Nos ataques da Alemanha, a falta de mais "intimidade" de Höwedes com a bola resultou em erros de passe.

No geral, porém, o futuro desponta brilhante para a Mannschaft. E os rivais já precisam tomar nota.

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