Gol do título não saiu por acaso: Alemanha é top em roubo de bolas

Fernando Duarte

Do UOL, no Rio de Janeiro

Líder numa série de estatísticas na Copa do Mundo, a seleção alemã ficou ironicamente atrás do Brasil numa das que marcou seu sucesso nesta competição: os desarmes. Com 91 completos, quatro a menos que a equipe de Luiz Felipe Scolari, o time europeu fez mais do que mostrar padrões hipnotizantes de passes e rodízios de posicionamento de jogadores no torneio. E foi num desses roubos que surgiu a jogada do gol de Mario Götze.

Se contra a Argentina não houve um cenário nem de longe parecido com outras partidas, a Alemanha ainda assim chamou a atenção pela pressão que conseguiu colocar sobre o adversário todas vezes em que ele tinha a posse de bola. Em média, foram 13 roubadas por partida na competição e as interrupções no ritmo alheio valeram oportunidades preciosas para contra-ataques.

Fruto de uma filosofia de marcação desenvolvida pelo técnico Jurgen Klopp e que valeu a seu clube, o Borussia Dortmund, dois títulos alemães, essa combatividade, batizada de "gegenpressen", foi logo assimilada pelo Bayern de Munique. Os dois clubes são os mais representados na seleção agora tetracampeã mundial.

A Alemanha também terminou o Mundial como o time mais ofensivo do torneio, algo registrado não apenas pelo número de gols marcados (18), mas pelos 341 ataques, dos quais apenas 28 foram resultados de tentativas individuais de penetração da grande área. A Mannschaft também liderou nas assistências e ficou apenas atrás do Brasil no número de chutes na direção do gol (71, um a menos que a seleção).

Além de roubar bem, a Alemanha teve qualidade para manter a bola longe do alcance dos adversários. Foi o único time semifinalista Mundial que registrou índice de acerto de mais de 80% nos passes (82%), à frente de Holanda (78%), Argentina (77%) e Brasil (76%).

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