Ele veste a camisa 10 da Alemanha, mas está longe de ser um dos jogadores mais importantes da seleção. Com menos de 30 anos, Lukas Podolski despontou em 2006 melhor que Cristiano Ronaldo e hoje vive sua terceira Copa. No Brasil, apesar da condição de reserva, com poucos minutos em campo, o jogador do Arsenal se tornou um campeão de manchetes, o principal responsável por conferir aos alemães a reputação de "os mais carismáticos do Mundial".

Podolski dançou com índios na Bahia, foi flagrado vendo jogo do Brasil com a bandeira verde amarela nas costas, saiu por aí com a camisa do Flamengo e arrebatou milhares de novos seguidores no Twitter escrevendo em português.

O comportamento nas mídias sociais é uma atração à parte. Com ajuda do amigo brasileiro Douglas Santos, ex-jogador de futebol, o atacante da seleção alemã publicou comentários sobre novela e até usou um famoso bordão do cantor de axé Cumpadi Washington. Em questão de dias, Podolski virou um fenômeno de popularidade entre internautas do país da Copa. No Twitter, caminha para os 2 milhões de seguidores.

"Boa sorte hoje no jogo, estamos todos na torcida, muita raça, para frente", publicou Podolski no sábado, horas antes da partida entre a seleção com a Holanda na decisão pelo terceiro lugar. Na foto da mensagem, o jogador apareceu com uma camisa brasileira apoiada nos ombros.

Após o massacre sobre a seleção no Mineirão, na semifinal, Podolski também liderou as manifestações dos jogadores da Alemanha em mensagens de respeito aos adversários derrotados. Muitas delas em português, com ajuda do amigo Douglas, apresentado pelo ex-colega de Arsenal André Santos. 

O bem humorado atacante também é o rei dos selfies na seleção alemã, em esforço de mídias sociais típicas de um Neymar. Durante a Copa, Podolski cansou de brincar com os jogadores, expor bastidores do time e espalhou na web uma foto ao lado da chanceler Angela Merkel nos vestiários, após a vitória sobre Portugal na estreia.

Nascido na Polônia, o atacante naturalizado é mais uma cria das categorias de base da seleção alemã. Em 2006, foi uma das revelações da equipe de Jurgen Klismann na Copa em casa. Com três gols anotados, acabou eleito o melhor jogador jovem do torneio, à frente do português Cristiano Ronaldo.

No entanto, Podolski ficou para trás do português. A carreira do alemão em clubes acabou não sendo tão promissora como se esperava. Revelado pelo Colônia, o atacante de 29 anos se transferiu para o Bayern de Munique em 2006. Mas no clube mais forte do país não conseguiu se firmar, apesar de conquistar títulos. Em 2012, foi negociado ao Arsenal, onde foi mais reserva do que titular na temporada que passou.

Nesta Copa, esteve em campo por 54 minutos, em duas partidas diferentes na primeira fase, sem nenhum gol. Teoricamente, Podolski chega à decisão contra a Argentina deste domingo como uma das últimas opções de ataque, atrás de Klose, Muller e Schürrle.

Mas para seus novos fãs brasileiros, pouco importa. Certamente os admiradores recém arrebatados na internet esperam mais uma selfie de Podolski com a taça de campeão nos vestiários do Maracanã. Apesar dos 7 a 1 no Mineirão, os anfitriões da Copa ainda parecem mais simpáticos à Alemanha de Lukas do que aos vizinhos argentinos.