Inferno astral de 2012 ajudou na recuperação de Bayern e da seleção alemã
Fernando Duarte
Do UOL, no Rio de Janeiro
O ano de 2012 foi de emoções bipolares para torcedores alemães. Enquanto sua seleção nacional, cotada para o título, caiu nas semifinais da Eurocopa para a azarã Itália, o grande número de antipatizantes do Bayern de Munique celebrou a dramática derrota da equipe para o Chelsea, em plena Allianz Arena, na final da Liga dos Campeões da Uefa.
Os dois resultados, no entanto, estão interligados diante da quantidade de jogadores do time da Bavária representando o país – sete, seis deles titulares. Um destes atletas, Bastian Schweinsteiger, vê na dupla derrota um incentivo para a Alemanha e que ajuda a explicar a presença do país na primeira final de Copa do Mundo em 12 anos.
"Schweini", como é conhecido pelos alemães, ficou especificamente marcado por uma combinação de atuações sofríveis e um pênalti perdido para o Bayern na capitulação diante dos ingleses. Como no ditado alemão, o que não matou o jogador, nascido e criado na Bavária, fez com que ficasse mais forte. Aos 29 anos, é um dos líderes de uma seleção que terá neste domingo no Maracanã a chance de quebrar um jejum alemão de títulos que em 2014 completou 18 anos e por enquanto só perde para os 20 que separaram os triunfos germânicos nos Mundiais de 1954 e 1974.
"Foi duro perder aquelas finais mas as experiências foram importantes para que aprendêssemos a vencer. Sempre acreditei que poderíamos chegar longe nesse Mundial se produzíssemos o que somos capazes", disse Schweinsteiger neste sábado, quando o imenso sorriso não poderia passar uma imagem mais diferente que a do jogador desabando e se debulhando em lágrimas no gramado da Allianz Arena em 2012.
Se o Bayern respondeu à altura ao Allianzaço vencendo a Liga dos Campeões no ano seguinte, a seleção alemã agora tem sua chance. E uma das razões pelas quais o time "deu liga" foi a mudança de posição de "Schweini" do lado direito do campo para uma posição mais central. Transformou-se num xerife que sabe passar e chutar, ainda que, mais "ancorado" pelo esquema de Joachim Löw, não tenha marcado um único gol ou feito assistências até agora na Copa do Mundo – tem 23 gols em 107 partidas. Deu apenas seis chutes nas cinco partidas de que participou – problemas no joelho o deixaram foram do jogo contra Portugal.
"Foram momentos de apreensão porque passei por duas cirurgias. Por isso que nesse mundial eu não me sinto sob pressão. O time está bem, temos que estar felizes, não nervosos, por estar numa final de Copa".