Felipão se limita a pedir calma e quem passa orientações são os reservas
Paulo Passos
Do UOL, em Brasília
Em 17 minutos, o Brasil sofreu dois gols e mostrou que não tinha a menor condição de ganhar da Holanda e ficar em terceiro lugar na Copa do Mundo. Na beira do gramado do estádio Mane Garrincha, Luiz Felipe Scolari já não gritava como nos outros jogos do torneio. A maior parte do tempo até Blind ampliar o placar, viu sentado no banco de reservas.
Depois do baque do segundo gol, Scolari levantou. Sozinho na área técnica movimentava as mãos para baixo pedindo calma. Foi quando Marcelo, que virou reserva depois da semifinal, levantou, se aproximou do técnico e falou algo no seu ouvido. A resposta foi um aceno, sem olhar para o lateral.
Em campo, o Brasil continuava errando e Felipão seguiu à beira do gramado incrédulo. Ainda no primeiro tempo, o jogo parou após a marcação de uma falta. Maicon e Thiago Silva foram à área técnica do Brasil para beber água. Felipão pouco falou com a dupla.
Ao ver os companheiros se aproximando, os reservas Marcelo e Hulk levantaram-se do banco. Os dois foram em disparada em direção a Thiago Silva. Falaram com a mão boca. Depois, conversaram com Maicon. Neymar também se juntou ao grupo e conversou com Thiago Silva. Felipão apenas observava.
Na segunda etapa, o técnico ficou mais tempo em pé, mas seguia sem esboçar reação. Com os braços cruzados via o Brasil não conseguir nem ao menos descontar o placar. O único momento em que voltou a ser o "velho Felipão", como chegou a dizer que seria na Copa do Mundo, foi quando Oscar caiu na área, pedindo pênalti.
Indignado, correu em direção ao campo, depois mudou de caminho e foi reclamar com o Yuichi Nishimura, quarto árbitro da partida. O japonês ouviu xingamentos do técnico, que depois resolveu voltar para o banco. Nos minutos finais da partida, Scolari ainda ensaiava orientações, que eram seguidas de lamentos e queixas com Flávio Murtosa, que seguia sentado no banco de reservas imóvel.