Penta com Felipão, Antônio Lopes diz que seleção-2014 é a pior da história

Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

Coordenador-técnico na comissão de Luiz Felipe Scolari na campanha do pentacampeonato em 2002, Antônio Lopes vê a atual seleção brasileira como a pior da história. O ex-diretor de futebol do Atlético-PR disse, em entrevista ao UOL Esporte, que a CBF e o futebol brasileiro precisam de uma reestruturação após o vexame na semifinal da Copa do Mundo, com a derrota por 7 a 1 para a Alemanha.

"Eu acho que é pior até que a última seleção e que a de 2006, que também com o Parreira não conseguiu êxito. A do Dunga também não conseguiu. Mas ainda essas são melhores do que a atual. Você vê a seleção que eu participei em 2002, você via a diferença da qualidade daquele time", disse Antônio Lopes.

O ex-coordenador disse que o título campeão de 2002 tinha diferenciais no elenco. "Ali nós tínhamos três jogadores excepcionais que desequilibravam. Os dois Ronaldos e o Rivaldo, fora jogadores como Roberto Carlos, Cafu, entre outros", lembrou.

Para  Lopes, o nível dos jogadores da seleção atual é fraco. "Hoje você vê a nossa seleção com Neymar e alguns que não têm condições nem de serem titulares nos times em que jogam. E foram levados para a seleção. Então é uma qualidade muito ruim, péssima, dessa seleção", analisou.

Lopes disse que faltou experiência no grupo que parou nas semifinais da Copa do Mundo e até citou nomes que achou que deveriam estar na convocação de Scolari. "Nós tínhamos jogadores que ficaram fora, jogadores que tinham boa experiência em Copas do Mundo e fizeram falta. Robinho, o próprio Kaká, jogadores que tinham que ser convocados", afirmou.

O ex-coordenador disse ainda que é muito difícil fazer um diagnóstico após um placar tão inesperado quanto um 7 a 1, e lembrou que isso já aconteceu com o Santos, no Brasileirão de 2005, quando o time da Vila Belmiro perdeu para o Corinthians pelo mesmo resultado. Lopes afirmou que Felipão não pode ser crucificado pelo vexame.

"Não podemos crucificar o treinador porque, dentro da minha ótica, o material humano é muito fraco. Estavam fazendo uma campanha muito abaixo do esperado, não havia perdido ainda só Deus sabe como. Mas o futebol brasileiro precisa ser reestruturado, a própria CBF precisa se reestruturar. Precisamos colocar na CBF mais profissionais do futebol para poder comandar o projeto", disse Lopes, que ainda pediu um trabalho de pelo menos quatro anos para o próximo treinador, sem mudanças ao longo do caminho até a Copa da Rússia, em 2018.

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