Torcedores recebem seleção sob vaias e jogam laranja no ônibus após vexame
Bernardo Gentile e Mauricio Stycer
Do UOL, no Rio de Janeiro e Teresópolis
A surpreendente derrota por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo, que aconteceu nesta terça-feira, deixou cerca de dez torcedores irados. Eles enfrentaram frio e chuva para vaiar os jogadores do Brasil, que deixaram o Aeroporto do Galeão pela pista.
Sob muitas vaias e até mesmo gritos de "mercenários", o ônibus com os atletas deixou o aeroporto rumo à Granja Comary, em Teresópolis. Assim que o veículo apontou na rua, um torcedor mais exaltado arremessou uma laranja no vidro e deixou o clima tenso.
Isso porque o local estava repleto de policiais, que tiveram o reforço da Força Nacional. Apesar do vandalismo, nenhuma atitude mais enérgica foi necessária e todos deixaram o espaço assim que o ônibus com a seleção brasileira ganhou velocidade.
Na Granja Comary, onde o time chegou por volta da 1h50, havia apenas seis pessoas, um caminhão da Polícia de Choque, soldados do Exército e cinco carros da Polícia Militar.
Um homem abriu uma faixa com a palavra "Vergonha. Ao lado, deixou um cartaz no chão com os dizeres "Nem a Volks faz gol em cinco minutos." O autor do protesto, Eduardo Marques, explicou a razão de sua revolta: "Cem anos de história acabaram em 25 minutos".
Clima de descontração antes da seleção chegar
Antes de a seleção brasileira chegar no Galeão, no entanto, o clima era de muita tranquilidade e até descontração. Um torcedor, vestido com a camisa do Vasco, roubou a cena.
"Rapaz, não posso chamar esses caras de jogadores. Jogadores são os que jogam no Vasco, na Série B. Se o Vasco pega a Alemanha, até perde, mas seria suado. O que aconteceu no Mineirão foi uma vergonha. Tinha que botar fogo nesse ônibus", disse o torcedor, que estava com sua filha de 12 anos ao lado.
Após ser goleado pela Alemanha, o Brasil tenta se recompor para a disputa do terceiro lugar. O duelo será neste sábado contra o perdedor de Argentina x Holanda, que se enfrentam nesta quarta.