Argentinos trocam provocações com brasileiros e 'explodem' no fim

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

Antes, durante e depois. Os argentinos não pouparam os brasileiros de ironias na tarde desta quarta-feira, no Itaquerão. Desde a porta do metrô pela manhã até quando a bola rolava contra a Holanda, pelas semifinais da Copa do Mundo, lembranças nada agradáveis para os anfitriões do torneio sobre a vexatória goleada por 7 a 1 para a Alemanha.

Foram divesas músicas falando sobre o número 7 que os argentinos cantavam ao redor do estádio antes de entrarem. Era só juntarem quatro ou cinco que já começavam a cantarolar. A mais entoada dentro e fora era "Brasil, decime qué se siete tener en casa a su papa", em que o verbo original era "siente, mas foi trocado" pelo número.

"Ô, levaram de 7", começaram a gritar os argentinos logo depois de o apito inicial nas semifinais. E depois disso surgiam mais e mais. Desde a contagem do número 1 até o 7 a gritos de "Ôô, eliminado".

Os brasileiros tentavam responder de maneira mais tímida. O número de camisas da verde e amarela era bem menor do que em outras partidas, e muitos optaram por usar as de seus clubes do coração. As respostam vinham com o número de títulos do Brasil em Copas do Mundo e assim continuava uma guerra de números entre o 5 e o 7. "Pentacampeão", retrucavam.

Até nos banheiros as provocações rolavam. Um grupo de brasileiros em certo momento começou a provocar os argentinos. "Quantos títulos vocês têm? Dois? Precisam de quantos anos para chegar a cinco?". O hermano, irritado, fazia o 7 e dizia que hoje era dia de brasileiros calados. "Penta, penta, e daí? Sou Boca na Argentina, o time com mais títulos. Que fiquem quietos hoje."

Enquanto isso, os holandeses apenas observavam sem tomar partido e ecoando gritos locais, praticamente não ouvidos em função de estarem em menor grupo e pontos isolados da arquibancada. Apenas o "Holanda, Holanda" era ouvido em algum lance de perigo.

A guerra de coros numéricos perdurou mais nos 90 minutos. Durante a prorrogação, as torcidas pareciam mais tensas e focadas na partida e as vozes vindas da arquibancada diminuíram bastante.

Mas depois que a equipe azul e branca venceu a disputa de pênaltis, ninguém segurava mais os argentinos. Era um grito atrás do outro, a maioria de incentivo à própria seleção, sem se importar com a brasileira.

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