Desastre expõe diferença entre CBF e preparo de 8 anos da Alemanha

Do UOL, em São Paulo

A seleção brasileira foi protagonista nesta terça-feira da maior partida da história das Copas do Mundo. E de forma negativa. Tomou inesperados 5 a 0 da Alemanha, ainda no primeiro tempo. Sem Neymar, aquilo que era para ser um sonho se realizou de forma inversa, com requintes de crueldade, e serviu para expor a diferença de preparação de equipe entre as seleções brasileira e alemã. Enquanto os adversários, que passam à final, têm há oito anos o técnico Joachim Löw no cargo, a CBF colocou Luiz Felipe Scolari – rebaixado com o Palmeiras – há um ano e meio no cargo. 

A escolha por Felipão não pode ser classificada como errada, por pior que fosse o momento na carreira do treinador. Ele levou o Brasil ao título da Copa de 2002, levou Portugal ao quarto lugar na Copa de 2010, e agora colocou novamente a seleção brasileira na semifinal. De 21 jogos possíveis em três Copas do Mundo, ele disputou 21. Mas sua escolha não foi só por isso. Felipão representa um escudo para s dirigentes: é o técnico que todos gostam, incriticável. O inverso de Joachim Löw. 
 
Enquanto a CBF de José Maria Marin encerrou o trabalho de Mano Menezes de forma repentina para promover a volta de Felipão, a federação alemã apostou no último assistente técnico que teve, entre 2004 e 2006. Löw é treinador desde 1994, mas nunca obteve grande sucesso, nem grandes títulos. Passou parte da carreira de pós-jogador na Áustria. Longe de ser um escudo, até expõe quem o contrata pelo pouco prestígio de um cargo que já foi ocupado por grandes nomes. Mas assim se fez e, em 2006, ele se tornou o técnico. E logo na primeira Copa do Mundo, em casa, foi auxiliar de Jurgen Klinsmann quando conquistaram o terceiro lugar. 
 
Löw promoveu reformulação na seleção a partir de então. Com o respaldo de mais uma boa geração, mudou o estilo do futebol alemão. Acabou com passes e chutes longos e com o jogo marcado mais pela força do que pela técnica. Fez da Alemanha algo mais próximo do estereótipo da seleção brasileira do que o próprio Brasil. Em 2010, na África do Sul, mais uma semifinal. E mais um terceiro lugar. 
 
Até 2014, Joachim Löw comandou um processo que fez a seleção alemã chegar – mesmo jovem – muito experiente à Copa de 2014. Enquanto isso, o Brasil tentou matar Copa por Copa. Em 2010, a comoção popular para que Dunga convocasse Neymar e Paulo Henrique Ganso, que brilhavam no Santos, de nada adiantou. Foram para a África Grafite e Júlio Baptista. Campanha que durou até as quartas de final, apenas. 
 
Diferentemente da Alemanha, que pensou no treinador que conhecia o elenco desde 2004 – ao lado de Klinsmann –, mesmo desconhecido, o Brasil fez o inverso. Apostou no medalhão, naquele que um dia deu certo. 
 
Classificada para a final, a Alemanha aguarda o vencedor do confronto entre Argentina e Holanda, nesta quarta-feira, no Itaquerão. A final acontece no domingo, no Maracanã. Antes disso, no sábado, a seleção brasileira de Luiz Felie Scolari disputa o terceiro lugar em Brasília, no Mané Garrincha. 
 

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos