Felipão faz testes a cada 10 minutos e deixa no ar time para semifinal

Maurício Stycer

Do UOL, em Teresópolis

Luiz Felipe Scolari aproveitou esta segunda-feira de manhã para testar como montar um time sem Neymar. No último treino antes da partida contra a Alemanha, terça-feira, às 17h, o treinador experimentou uma série de jogadores entre os titulares, mudou esquema de jogo e funções de atletas, sem dar muitas pistas sobre a provável formação para o duelo no Mineirão.

Você pode entender todas essas variações de três formas. A primeira: ele realmente está testando opções para o jogo contra a Alemanha, não só o time que começa o jogo, mas também alternativas para o segundo tempo. A segunda: é uma estratégia para despistar alemães que estavam em peso na Granja Comary. Por fim, a terceira: ele realmente tem dúvidas para montar o time. Veja o que ele fez no treino e tire sua conclusão.

Novo esquema com três volantes

Ele iniciou seu último treino antes da semifinal da Copa do Mundo com mais um homem no meio de campo. O volante Paulinho, do Tottenham, foi mantido entre os titulares ao lado de Luiz Gustavo, que volta de suspensão, e de Fernandinho, um dos destaques contra a Colômbia, pelas quartas de final.

Além de promover a volta de seu cão de guarda à equipe, ele também voltou usar Daniel Alves na direita, na vaga de Maicon. Essa troca tem ligação direta com a opção pelos três volantes: com um homem de marcação a mais no meio, ele pode usar o lateral do Barcelona com mais liberdade no ataque, sem comprometer o sistema defensivo. A entrada do jogador da Roma nas quartas de final serviu justamente para aumentar a estabilidade defensiva verde-amarela.

Para a vaga de Thiago Silva, que levou o segundo amarelo na vitória sobre os colombianos e está suspenso, o técnico optou por Dante. Com isso, o time que começou o treino teve Júlio César; Daniel Alves, Dante, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho, Fernandinho e Oscar; Hulk e Fred, em um 4-4-2 tradicional, com três volantes e apenas um meia. 

Com essa formação, Oscar deixou de cair pelas pontas e atuou mais centralizado, fazendo função parecida com a de Neymar. Como bônus, ele volta a atuar como costuma jogar no Chelsea. Hulk continuou caindo pelo lado direito.

Esquema da Copa, com Willian na direita

A experiência, porém, só durou cerca de dez minutos: em seguida, Felipão promoveu a entrada de Willian no lugar de Paulinho. Com isso, voltou a utilizar o esquema tático adotado até agora na Copa do Mundo. A diferença fica por conta das funções dos atletas: Hulk passou para o lado esquerdo, Willian jogou aberto pela direita e Oscar, no meio. Ou seja, com Willian, os outros jogadores da linha ofensiva do meio também tiveram suas funções alteradas. Jogando com apenas dois volantes, a mudança que surpreendeu nas quartas de final, e funcionou muito bem, voltou a ser feita e Maicon entrou no lugar de Daniel Alves.

Opção pela velocidade, com Willian e Bernard

Após mais dez minutos, Felipão fez outras experiência: Bernard entrou no lugar de Oscar. Essa mudança teve impacto na função de Willian, que foi deslocado para a faixa central do campo, na função de Neymar/Oscar. Com isso, o Brasil ganha, e muito, em um aspecto: a velocidade. Sem Oscar no meio-campo, o time passa a ter três jogadores extremamente velozes no setor ofensivo. Quem lembra das dificuldades que a Alemanha teve contra os rápidos atacantes da Argélia, explorando os contra-ataques contra os grandes, mas lentos, zagueiros alemães, deve sorrir com essa opção.

Opção pelo passe longo, com Oscar e Hernanes

Mas, como as mudanças não pararam por aí, o Brasil testou uma opção que tem a ver com a rápida formação com Willian, Hulk e Bernard, mas um toque diferente: o passe longo. Hernanes foi testado, no lugar de Fernandinho. Junto com ele, Oscar também voltou ao time (Willian foi para os reservas).

A forma de jogar permaneceu a mesma, com Oscar centralizado, como Bernard e Hulk caindo pelas pontas - o primeira pela esquerda, o segundo pela direita. Com Oscar e, principalmente, Hernanes, dono do lançamento mais preciso do elenco verde-amarelo, no entanto, o Brasil pode explorar a correria de seus dois pontas, abertos, explorando espaços pela direita ou pela esquerda.

Nesse mesmo cenário, Felipão fez sua última mudança: colocou Jô, que não tem o mesmo poder de definição, mas é mais móvel e rápido, no lugar de Fred. Além disso, também fez uma leve alteração no posicionamento do ataque: mandou Bernard para o lado direito, e Hulk para o esquerdo.

As mudanças certas: Dante e Luiz Gustavo

Quando a movimentação terminou, poucas coisas podem ser dadas como certas. Uma delas é o posicionamento da zaga. Danta será, mesmo, o substituto de Thiago Silva no miolo de zaga. Com o baiano, porém, David Luiz é obrigado a mudar de lado. O jogador do Chelsea passa para a direita, para que o atleta do Bayern, canhoto, atue pela esquerda.

Já Luiz Gustavo ocupou a faixa central do meio-campo em todas as formações. Quem também seguiu entre os titulares foram o goleiro Júlio César, o lateral-esquerdo Marcelo e o atacante Hulk. Fred, que chegou a ser trocado por Jô, também não parece candidato a perder vaga no time.

 

 

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