Tim Krul já foi chamado nas redes sociais como o "goleiro frila" - que só faz bicos, pega só serviços esporádicos - depois de executar com brilhantismo a inusitada missão de entrar a um minuto do final da prorrogação de uma partida na Holanda só para a disputa de pênaltis e depois conseguir fazer duas defesas.  E suas receitas para isso são duas: esperar o chute do adversário e estudar como ele se comporta nas batidas.

O arqueiro do Newcastle não só pegou duas cobranças, mas por muito pouco não agarrou outras duas contra a Costa Rica. Com a mesma tática, aguardou o chute e pulou, e em ambas quase bateu a mão. A tática já é conhecida dos companheiros holandeses que treinam os pênaltis. Ele espera até momentos finais para fazer uma leitura do movimento do batedor.

"Não nos surpreendeu como aconteceram as coisas, pois ele pega muitos pênaltis. É um cara muito tático. Ele é alto e tem capacidade para perceber onde o jogador vai bater. Ele espera muito o batedor e consegue ver onde ele vai bater", disse o zagueiro Bruno Martins.

Krul confirmou que sempre espera o momento da batida para só depois ir atrás da bola e contou que ele e o preparador de goleiros costumam estudar o comportamento dos batedores dos rivais.

"Sim, sim (espera as batidas). Eu assisti às cobranças de pênaltis (de jogadores da Costa Rica) e estava preparado da forma que um goleiro deveria estar. Estava preparado para fazer isso virar realidade", disse o goleiro de 1,93. "Estudamos cada jogador, passamos as últimas sete semanas com o preparador de goleiros analisando. É incrível."

Apesar de os companheiros terem conhecimento do bom desempenho de Krul nos treinos, poucos acreditavam que ele poderia entrar no fim do jogo somente para esta missão. Foi quase que um segredo entre ele e a comissão técnica.

"Havíamos conversado e o técnico falou que se tivesse a oportunidade de fazer uma substituição, poderia me colocar para a disputa dos pênaltis. E isso aconteceu. É um sonho que se tornou realidade", falou Krul.

O técnico da Holanda, Louis Van Gaal, explicou a decisão de trocar o goleiro titular Cillessen por Krul: "Nós já havíamos pensado nessa possibilidade. Cada jogador tem suas habilidades específicas. Todos nós achamos que o Krul era o melhor goleiro para uma decisão. Vocês devem ter percebido que ele sempre mergulhava para o canto certo.  Temos grande orgulho que isso tenha funcionado."