Oscar de volante e Fred fora da área; As mudanças do Brasil que deram certo

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Fortaleza

O Brasil criticado contra o Chile ganhou elogios contra a Colômbia, mas o que mudou de um jogo para o outro? O mapa de calor da Fifa, que detalha a movimentação de cada jogador no gramado, ajuda a entender como Felipão mexeu no time sem trocar praticamente nenhuma peça.

A alteração foi tática. Sem Luiz Gustavo, suspenso, o treinador da seleção treinou três formações diferentes na última terça-feira. A mais conservadora delas tinha Fernandinho na vaga do tradicional cão de guarda da seleção e Maicon na direita, para minimizar os espaços deixados no setor. Foi essa que Felipão escolheu.

Só que a mudança em campo foi mais profunda que a escalação. O primeiro passo foi recolocar Hulk na esquerda. Com o camisa 7 pelo lado canhoto, Oscar pôde voltar ao centro do gramado, área em que mais costuma atuar. Mais que isso, o meia do Chelsea recuou.

Arte/UOL
Oscar: movimentação contra Camarões, Chile e Colômbia (respectivamente)

"Deu resultado porque no primeiro tempo a gente ficou muito mais com a bola. Quase 60%. Eu fiquei ali ajudando os dois [Paulinho e Fernandinho] e o time conseguiu criar mais jogadas. Eu roubo muitas bolas e deixo Neymar e Fred um pouco mais livre", disse Oscar.

O mapa de calor mostra que foi o jogo mais recuado do jogador, que passou a maior parte do tempo atrás da linha de meio-campo. Oscar sequer entrou na área da Colômbia, o que dá a medida da função que ele cumpriu. O resultado do recuo, por incrível que pareça, é um time mais ofensivo.

A mudança de posicionamento resolveu um dos problemas do Brasil até agora na Copa do Mundo, que era o número reduzido de homens no meio-campo. Com inferioridade em relação aos rivais, a seleção perdia em opções e via sua criação ficar comprometida. Se Oscar deixa de jogar aberto e compor o meio, como aconteceu na última sexta, os laterais ganham mais opções na hora de sair jogando.

É aí que entra a outra mexida de Felipão. Durante a semana, o técnico treinou o esquema com um "falso 9", em que Henrique faz o terceiro zagueiro e Neymar flutua entre os zagueiros como um centroavante. Scolari não quis tirar Fred do time, mas fez o jogador do Fluminense cumprir esse papel.

Arte/UOL
Fred: movimentação contra Camarões, Chile e Colômbia (respectivamente)

O mapa de calor da Fifa mostra que Fred não só recuou, mas também foi jogar nos lados do campos. Embora tenha sido criticado nas redes sociais por ter sumido, o centroavante cumpriu seu papel dando mais opções à marcação, sem ficar preso à área rival. Isso funcionou especialmente no primeiro tempo, como o próprio centroavante explica.

"No começo a gente foi muito bem. Nossa equipe fez um futebol simples e no segundo tempo acabou complicando o jogo saindo dessa simplicidade, dando vários contra-ataques. Acabamos sofrendo, perdendo a confiança, mas foi bom jogo", disse Fred. 

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